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O cinquentenário e os seus desafios

José Gualberto Matos
12/12/2025
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Foto:
DR

O primeiro grande desafio tem a ver com o crescimento demográfico. Uma população a crescer 3,2% ao ano (um milhão de habitantes por ano) não parece sustentável a médio e longo prazo.

Comemorar o cinquentenário de qualquer país é um momento único, sobretudo para aqueles que viveram na íntegra esse tempo. Uma ocasião para reflectir sobre os desafios do futuro que, de relance, aproveito para fazer neste espaço.

O primeiro grande desafio tem a ver com o crescimento demográfico. Uma população a crescer 3,2% ao ano (um milhão de habitantes por ano) não parece sustentável a médio e longo prazo. A população, que era de pouco mais de 5,5 milhões de habitantes em 1975, passou para 35 milhões, ou seja, sete vezes mais. De uma taxa de urbanização muito reduzida em 1975, passou-se para uma urbanização bastante acima dos cinquenta por cento, concentrando-se a população nas principais cidades. Como sustentar essas grandes metrópoles, improdutivas por natureza e que continuam a crescer (na alimentação, saúde, educação, emprego e segurança)? A introdução do planeamento familiar parece ser um desafio inevitável.

A educação é um outro grande desafio. A fraca qualidade da educação constitui a mãe de todos os problemas de qualquer país. A educação é fundamental para desenvolver o sentimento de tolerância cívica e é o verdadeiro elevador social, porque a pobreza é tendencialmente perpetuada de geração em geração e é essencialmente através da educação que se quebra esse ciclo. Um sistema de ensino só é inclusivo se assegura uma verdadeira igualdade de oportunidades no acesso à escola.

Percebe-se que é impossível assegurar cobertura universal para todos os níveis de ensino e, por isso, a prioridade deve continuar a ser a de assegurar uma escolaridade mínima para todos. Mas, a partir daí, o sistema de ensino tem de ser selectivo na base do mérito, garantindo sempre a igualdade de oportunidades de acesso e frequência. Porque, sem seleccionar, não é possível assegurar qualidade, concentrando os recursos escassos na formação dos melhores. E, sem capital humano de primeira qualidade, não se combate o subdesenvolvimento.

Leia este artigo na íntegra na edição 255, referente ao mês de Dezembro, da revista Economia & Mercado, já disponível nas bancas.