Após mais um ano forte, mudanças estão a caminho em 2025 e nos próximos anos.
Saímos de um período de dois anos em que os activos de risco tiveram um desempenho melhor do que muitos esperavam. Isso foi especialmente verdadeiro nos EUA, onde uma economia saudável, forte crescimento dos lucros e entusiasmo em torno da inteligência artificial (IA) sustentaram mais um ano excepcional para acções de grande crescimento.
Como resultado, entramos no novo ano com lacunas significativas de avaliação entre acções americanas e não americanas, empresas grandes e pequenas, e acções de crescimento e valor. Para os investidores, essas lacunas oferecem oportunidades de diversificação e equilíbrio entre risco e recompensa em classes de activos negligenciadas.
A Liderança de Mercado Mudou
Os primeiros meses de 2025 mostraram-se turbulentos. As acções estavam em território positivo no acumulado do ano até o final de Fevereiro, mas a trajectória não foi tranquila, e houve uma clara rotação na liderança de mercado.
É muito cedo para prever se essas mudanças serão sustentadas, mas, até o momento, os mercados desenvolvidos fora dos EUA superaram os EUA por uma ampla margem, e as acções de valor superaram suas contrapartes de crescimento. Notavelmente, as acções americanas ficaram atrás dos títulos de dívida pública.
A dúvida dos investidores sobre investimentos em IA representa outra mudança significativa. Embora o entusiasmo pela tecnologia permaneça forte, as acções relacionadas à IA caíram em Janeiro, após a desenvolvedora chinesa DeepSeek lançar um modelo de IA mais barato. A queda evidenciou as altas expectativas precificadas nos líderes de mercado do ano passado e sua susceptibilidade a quedas.
A incerteza política é outro factor que afecta o ânimo do mercado. Após anos de notícias do Federal Reserve (Banco Central norte-americano) dominando as discussões do mercado, as manobras comerciais e fiscais desempenham papéis mais proeminentes. Novamente, é muito cedo para saber as implicações de investimento a longo prazo do segundo governo de Trump, mas alerto contra a tomada de decisões de investimento com base em resultados políticos esperados.
Foco 2025: fundamentos económicos e empresariais
Seguindo o meu próprio conselho ao investir nos activos de nossos clientes: foco-me em títulos individuais, como constam na lista abaixo para o caso de Angola, em vez de apostar na direcção das políticas e de grandes fundos de investimento supra-nacionais.
Os investidores enfrentam o risco duplo de superestimar a força da economia americana e, ao mesmo tempo, subestimar os potenciais obstáculos da redução dos gastos do governo.
O desempenho do mercado de acções pode expandir-se, com a previsão de desaceleração do crescimento dos lucros para as Sete Magníficas e aceleração para as "outras 493" do Índice S&P 500®, bem como para empresas de média e pequena dimensão. E, se isto acontecer, é possível influenciar os outros mercados, incluindo países em vias de desenvolvimento, como é o caso de Angola.
Acredito que a inovação e o acesso mais amplo à IA podem impulsionar o crescimento dos lucros, mas as altas avaliações e a estreitamento do mercado deixaram muitas grandes empresas vulneráveis à volatilidade.
Após a forte alta das acções de crescimento e momentum, acredito que os investidores podem encontrar oportunidades em acções que pagam dividendos, menos sensíveis aos movimentos do mercado.
Acções de países não americanos, incluindo mercados emergentes, ficaram atrás de suas contrapartes americanas nos últimos anos. Ainda assim, vejo as empresas a beneficiar-se de períodos de forte crescimento económico e de lucros, gastos sólidos do consumidor e do potencial de um impulso favorável devido ao enfraquecimento do Dólar americano.
Acredito que há potencial para gerar rendimentos atractivos por meio de títulos de alta qualidade e títulos lastreados em hipotecas e alguns títulos lastreados em hipotecas comerciais.
Os gestores de investimentos de grandes e médias empresas em termos de dimensão, vulgo chamados de Chief Investments Officers, também observaram que a incerteza política e as manchetes de jornais de referência impactantes deste ano levaram alguns investidores a precipitarem-se em sectores e activos considerados “portos seguros”, como os metais preciosos. Embora os investimentos nessas áreas possam ser apropriados como parte de uma estratégia diversificada, acredito que exagerar num tipo de investimento (como vários ovos num só cesto), pode criar riscos indesejados.
Como sempre, recomendo diversificar numa ampla gama de classes de activos para ajudar a distribuir o risco e abrir porjólios para o conjunto mais amplo de oportunidades do mercado. No caso angolano, temos como activos, com tangibilidade e ao alcance dos vários agentes económicos, seja ao nível onde esteja, idade, capacidade financeira, conhecimento financeiro, entre outros aspectos, os seguintes:
Imobiliário:
- Terrenos
- Imobiliário por acabar/tosco e acabado
Produtos bancários:
- Depósitos a Prazo
Bolsa de Valores Mobiliários:
- Fundos de Investimento Mobiliário e Imobiliário
- Produtos de Dívida Pública: Bilhetes e Obrigações do Tesouro
- Acções (as actuais 4 empresas cotadas e as que se juntarão a estas nos próximos anos)
- Obrigações
Mercados/produtos não regulados:
- Ouro
- Mercado de compra e de venda de divisas (Forex)
- Moedas digitais
Cada produto, cada mercado estabelece uma relação entre si e os investidores por via do perfil. Há produtos e mercados para vários tipos de perfis, mas quanto a esta temática, na próxima edição deste mesmo jornal, poderá ler o seu tipo de perfil para rentabilizar os seus investimentos.
Este é um artigo dividido em duas partes e faz parte da promoção da Conferência Nacional Motivos para Investir, que vai acontecer no dia 14 de Junho de 2025, no hotel Intercontinental e vai ter como Chairman, o economista Daniel Sapateiro e os economistas: Alves da Rocha, Carlos Rosado de Carvalho e muitos outros e ainda personalidades reconhecidas pela sociedade angolana e no estrangeiro.

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