Entre 2021 e 2022, investigadores do Ministério da Agricultura e Florestas e parceiros lançaram-se a um estudo para introdução de novas variedades de milho e de bioestimulantes para leguminosas no mercado angolano. Nesta terça-feira, 11, os resultados da pesquisa foram conhecidos: os camponeses angolanos têm, agora, à disposição novas variedades híbridas de milho com valor nutricional acrescido e de biofertilizantes na cultura do feijão comum.
O objectivo da iniciativa, inserida no Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial, é claro: o aumento significativo da produção nacional, garante a tutela do sector, que apoia o seu optimismo nos resultados obtidos na fase de experiência em campos de agricultores filiados ao PDAC.
Imaculada Matias, consultora para a parte de investigação do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial, esclareceu que, esta nova abordagem, não se trata do tema sobre sementes geneticamente modificadas e afastou qualquer cenário que ameace a saúde pública ou a sobrevivência das sementes nativas angolanas.
“É um trabalho de melhoramento que é feito com variedades nativas. Não são geneticamente modificadas. São variedades trabalhadas com variedades nativas que foram cruzadas e, então, obteve-se variedades mais produtivas”, explicou a docente universitária.
Observou que as novas variedades híbridas de milho, colocadas à disposição dos agricultores nacionais, não têm nenhuma influência nas variedades nativas, garantindo que o País possui um banco de germoplasma para que, sempre que precisar, ir à busca das sementes nativas para fazer o cruzamento e não só.
Na cerimónia de apresentação do estudo, decorrida em Luanda, o Ministério da Agricultura e Florestas convidou duas empresas zambianas de cujas sementes de milho foram testadas por técnicos angolanos e demonstraram melhor desempenho.
“Estas variedades estão a ser sugeridas como uma opção dos produtores para aumentar a sua produtividade. Terão um impacto significativo, porque, neste momento, estamos com uma produtividade de um máximo de uma a duas toneladas por hectare e estas variedades apresentaram uma produtividade entre sete e oito toneladas por hectare”, detalhou Imaculada Matias.
Destacou a presença das empresas zambianas no encontro para que os agricultores angolanos estabelecessem directamente contactos de aquisição: “O fazendeiro que quiser, já na próxima campanha, poderá adquirir estas sementes. Está tudo dentro da legalidade, quer ambiental, económica, como política”.
Já Mateus Manuel, ponto focal do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial pela parte do Instituto de Investigação Agronómica, reforçou que se trata de quatro variedades de milho, que mostraram ter um rendimento acima de seis toneladas por hectare.
“Entre essas variedades, existem aquelas que têm uma outra componente, que é a provitamina A, que é bastante nutritiva. E, daí, satisfazer a questão da procura, em termos de alimento e, também, em termos de saúde”, sublinhou o técnico.
Mateus Manuel disse que, com a introdução de novas variedades híbridas de milho com valor nutricional acrescido e de biofertilizantes na cultura do feijão comum, o objectivo é garantir um “produto acabado, quantidade, qualidade, para suprimirmos” a segurança alimentar e nutricional no País.
Recordou que, apesar da qualidade destas sementes, há um trabalho de correcção dos solos que deve ser feito para que a acidez que abunda nas terras angolanas não condicione o alcance dos resultados esperados.
“Temos um pacote que tem que ver com a correção dos solos, a utilização adequada dos fertilizantes. Então, os conselhos técnicos existem, surgirão, para fazer com que os nossos camponeses e agricultores entendam o processo e aproveitem utilizar estas tecnologias para melhorar a produtividade dos solos e, consigo, também, a produção”, assegurou.
Em relação ao feijão, recordou que se trata de uma leguminosa, que tem a capacidade de absorver o azoto, o nitrogénio, pelo que os biofertilizantes vêm “exactamente para adicionar a capacidade” desse feijão.
“Adicionar a sua capacidade e o feijão ter a possibilidade de produzir muito mais do que seria esperado”, perspectivou o ponto focal do PDAC pela parte do Instituto de Investigação Agronómica.

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