O Executivo deve analisar, com antecedência, a possibilidade de retificar o Orçamento Geral do Estado para o corrente ano face ao contexto económico internacional “volátil e incerto”, aconselhou o Economista Chefe do Standard Bank para Angola, Moçambique e República Democrática do Congo, Fáusio Mussa.
Mussá fez este alerta ontem, durante a apresentação da I Edição do Briefing Económico de 2025 sob o mote ‘Angola, crescimento para além do petróleo’, evento que teve lugar em Luanda, reunindo clientes, parceiros e investidores.
De acordo com o Economista Chefe, o desempenho da economia angolana será “afectado pela elevada exposição à volatilidade do preço do petróleo e pelo fraco investimento”.
Se em 2024 se observou uma “forte aceleração” do Produto Interno Bruto (PIB), com um crescimento de 4,4%, tendo-se registado 14,6 mil milhões de kwanzas de receitas, em 2025 o cenário é mais desafiante.
“Olhando para a receita prevista no Orçamento do Estado (OE) para 2025, de 19,9 mil milhões de Kwanzas, e compararmos com o que se realizou em 2024, verificamos que, para o País alcançar essa meta, seria necessário um aumento na ordem dos 38%. É praticamente impossível alcançar essa receita se o preço do petróleo se comportar como nas últimas semanas, ficando abaixo do que o Governo projectou no OE”, explicou.
Segundo Fáusio Mussá, havendo a perspectiva de não ser possível alcançar a receita antecipada, e se o Estado mantiver a despesa prevista, Angola vai ter “um défice fiscal muito superior ao que tinha sido projectado”. “Isso implica que o Estado terá de financiar esse défice. Ou com dívida doméstica ou com dívida externa ou com uma combinação das duas. Ou até socorrer-se de alguma poupança do fundo soberano.”
Face a este cenário, de acordo com os dados do Briefing Económico, será necessário o Estado cortar despesa, nomeadamente de investimento. “O Estado terá de racionalizar e ver quais os projectos mais prioritários. Poderá ser necessário o Governo angolano implementar este ano um orçamento rectificativo. Isto é, produzir um novo OGE, levar à Assembleia da República para discutir e chegar a um acordo sobre o que é prioritário, para que não haja um deslize fiscal que resulte numa pressão sobre a dívida pública. Sobretudo porque o serviço da dívida ainda consome cerca de 85% da receita do Estado”, referiu Fáusio Mussá.
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