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Presidente da AfBAA quer igualdade e justiça na indústria da aviação

Cláudio Gomes
31/8/2023
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Foto:
DR

A presidente da Associação Africana de Aviação Executiva (AfBAA), Alcinda Pereira, quer tornar a organização mais relevante, financeiramente sustentável, e aproximá-la as congêneres internacionais.

Embora haja consenso das principais empresas da aviação executiva no mercado africano, dando conta que 2022 foi um ano positivo, financeiramente, e que a recuperação pós-Covid-19 tenha ocorrido mais rápido do que o esperado, persistem desafios que aguardam a intervenção do novo corpo directivo da AfBAA, presidido desde Junho deste ano por uma angolana, por sinal, a primeira a assumir o cargo naquele órgão.

Por exemplo, de acordo com o director executivo da Divisão de Aeronaves da National Airways Corporation (NAC), JP Fourie, a aviação executiva no continente confronta-se com a “tendência preocupante” do número de aeronaves que saem do mercado africano, em comparação com as que entram.

"Muito mais aviões novos (ou usados) estão a ser exportados do que entrando no continente. A força de compra da Europa e dos EUA, os mercados e as taxas de câmbio são os principais impulsionadores por trás disso", salientou JP Fourie, citado num artigo publicado no site da AVBUYER.

Consciente destes e outros desafios,  Alcinda Pereira, co-fundadora da Bestfly, disse que o órgão que dirige vai promover uma melhor compreensão e os benefícios que a aviação executiva proporciona para o desenvolvimento económico e prosperidade do continente, pelo provimento da assistência e apoio a empresas, empresários, líderes empresariais, governos e suas respectivas Autoridades de Aviação Civil.

Em reforço, a presidente da Associação Africana de Aviação Executiva disse que será também criada uma estrutura de taxas mais atraente, aumentar as oportunidades de negócios para todos os membros associativos, bem como melhorar a segurança e o histórico operacional de aviação geral e de negócios no continente.

Alcinda Pereira - presidente da AfBAA
“A visão da AfBAA é estabelecer a Aviação Executiva como um activo reconhecido, valorizado e apoiado pelos governos, suas respectivas Autoridades de Aviação Civil, empresas, empresários e líderes empresariais em toda a África”, frisou.

Fortalecer a coesão e a unidade

A associação precisa aumentar o número de membros e fortalecer a comunicação visando melhorar a percepção. Este é outro entendimento de Alcinda Pereira, citada numa entrevista publicada esta semana no site da AVBUYER.

Segundo a primeira mulher a assumir o cargo de presidente da AfBAA, a visão não será efectivada caso as partes interessadas, neste caso os associados, não sejam informadas e não identifiquem a relevância do órgão.

“O desafio actual que a AfBAA enfrenta é aumentar o número de membros e a comunicação após a Covid – para garantir que a associação se mantenha relevante e que continue crescendo e capacitando os membros para criar uma comunidade de aviação maior”, elencou.

Salientou, por outro lado, que este órgão africano deve ser relevante para a actividade dos membros, razão pela qual, doravante os membros forneçam feedback sobre o que gostariam de receber da associação. “Aumentar o número de membros é importante, mas para a AfBAA garantir que os membros estejam envolvidos é ainda mais”, realçou.

Referiu, neste sentido, que a associação está neste momento a actualizar o seu site vislumbrando, para o futuro, a criação de um portal do membro anexado ao site. Este será um portal que fornecerá informações entre os membros pelos membros”, frisou Alcinda Pereira.

Perspetivas da aviação executiva para 2023

Num artigo publicado em Dezembro de 2022, também no site AVBUYER, estampa-se “As perspectivas da aviação executiva africana para 2023”, onde refere-se que apesar de alguns efeitos negativos da Covid-19 persistem na indústria de aviação executiva no continente, há consenso das principais empresas do sector que dizem que 2022 foi um ano positivo.

Na análise feita pelos operadores africanos do sector, relata-se que o ano passado foi “positivo” financeiramente, e que surpreendentemente, a recuperação da aviação privada “foi mais rápida do que esperado inicialmente”.

Além disso, lê-se também, que tem havido uma tendência-chave nos últimos anos relativos aos aumentos consistentes em economias emergentes como Angola, Uganda, Gana e República Democrática do Congo, que estão a tornar-se atores vitais na indústria.

Outra “boa-nova” salientada é o facto de a África do Sul, o Quénia e a Nigéria continuarem a liderar o mercado em termos de vendas de aeronaves e procura de fretes, e com maior capacidade de fornecer serviços.

Assim sendo, os players indicaram alguns desafios que precisam ser ultrapassados relativamente à venda de aeronaves privadas, por exemplo, que tal como referenciado, é uma preocupação do mercado africano.

"Embora as vendas de aeronaves particulares tenham sido impulsionadas por uma base baixa, elas são preocupantes porque a relação importação-exportação está fortemente distorcida", o director-executivo da Divisão de Aeronaves da National Airways Corporation (NAC), JP Fourie.

Alcinda Pereira tem vasta experiência no sector da aviação civil e executiva considerando o seu percurso enquanto co-fundadora da BestFly Angola, empresa do sector, bem na NetJets Europe e na EXXON.

Sabe-se que a Associação de Aviação Executiva Africana tem desempenhado um papel significativo na mudança da percepção sobre o mercado, actuando como um voz único para os seus membros.