As autoridades namibianas estão apostadas em aumentar o nível de produção petrolífera para 500 mil barris diários e, desta forma, alcançar o 5.º lugar entre os maiores produtores do continente.

Esta cifra, segundo o director-geral interino da Empresa Nacional de Petróleo da Namíbia, foi estabelecida para ser alcançada em 2030, o que colocaria o país vizinho de Angola à frente do Gabão, Congo-Brazzaville e Egipto em termos de capacidade de produção petrolífera.

Este objectivo ambicioso não é apenas simbólico, mas reflecte o desejo do país da África Austral de diversificar a sua economia e afirmar-se no cenário internacional, escreve o La Nouvelle Tribune. 

Segundo o portal marroquino, a Namíbia, que até recentemente estava entre as nações africanas que esperavam explorar os seus recursos petrolíferos, parece agora pronta para competir com os principais produtores do continente. 

As autoridades namibianas, apoiadas por investidores estrangeiros, estão a concentrar-se na maximização destes recursos até 2030, um passo crucial para o crescimento económico do país.

A Namíbia também planeia, assim, desenvolver a sua infra-estrutura petrolífera para apoiar este crescimento, estando em discussão planos para construir novas refinarias, instalações de armazenamento e oleodutos. 

Estas infra-estruturas, continua o portal, permitirão não só satisfazer a crescente procura de energia, mas, também, assegurar as exportações de petróleo para os mercados internacionais.

As parcerias internacionais desempenham um papel fundamental nesta transformação. A Namíbia tem atraído a atenção de gigantes petrolíferos globais, que vêem no país um terreno fértil para a exploração de novos recursos, sublinha La Nouvelle Tribune.

A propósito desta atracção, o artigo do portal marroquino observa que a colaboração com empresas como Shell e TotalEnergies não se limita a simples explorações: inclui, também, compromissos com o desenvolvimento sustentável e a formação de talentos locais na indústria petrolífera.

… mas muitos desafios

A ascensão da Namíbia no sector dos hidrocarbonetos traz consigo, no entanto, desafios, observa o portal marroquino no artigo publicado nesta terça-feira, 28, consultado pela revista Economia & Mercado.

O país, refere o site, deve navegar num ambiente geopolítico complexo, onde os interesses das grandes potências e a concorrência com outros produtores africanos podem influenciar as suas ambições. 

Além disso, a transição energética global e as pressões para reduzir as emissões de carbono exigem que a Namíbia encontre um equilíbrio entre a exploração dos seus recursos petrolíferos e a protecção do seu ambiente.