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PATROCINADO

Projecto Coral Sul injecta 210 milhões USD em receitas para o Fundo Soberano de Moçambique

Hermenegildo Langa
10/7/2025
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Foto:
DR

Consórcio já efectuou 112 carregamentos de Gás Natural Liquefeito (GNL) produzido a partir da bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

O projecto Coral Sul FLNG, operado pela petrolífera italiana ENI em nome dos Parceiros da Área 4 (ExxonMobil, CNPC, GALP, KOGAS e ENH), já efectuou 112 carregamentos de Gás Natural Liquefeito (GNL) produzido a partir do campo de gás Coral, nas águas ultraprofundas da bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desde arranque das operações em 2022.

Dados avançados pelo consórcio referem que com esta cifra o Estado moçambicano já embolsou, através de receitas canalizadas ao Fundo Soberano, 210 milhões de dólares, equivalente a 13,2 mil milhões de meticais.

De acordo com a directora geral da ENI em Moçambique, Marica Calabreso, apesar da insegurança que a província de Cabo Delgado vive por conta do terrorismo, o projecto opera com tranquilidade. A fonte explicou que contribuem para esta tranquilidade nas operações factores como a “localização da plataforma flutuante, que dista a mais de 50 quilómetros de da zona continental, com condições climáticas desafiantes e cercada de água”.

A segurança na plataforma é feita por uma empresa sul-africana privada especializada em operações na indústria de petróleo e gás, em coordenação com fuzileiros navais altamente treinados e equipados pela Marinha de Guerra das Forças Armadas de Moçambique.

Fora os meios de patrulha marítima e vigilância aérea, estão estabelecidos mecanismos de segurança que permitem identificar perigo ou invasões a mais de 20 quilómetros de distância da plataforma flutuante.

Marica Calabreso esclareceu ainda que “o preço de cada carregamento de gás liquefeito está indexado às condições actuais do mercado internacional, estando por isso vulneráveis às oscilações, sobretudo no actual contexto geopolítico mundial”.

Sem especificar os montantes encaixados em cada carregamento exportado, a fonte revela que, uma vez com o valor pago pelo único exclusivo cliente do projecto petrolífero, a BP, a prioridade está no desembolso referente aos custos operacionais do projecto, como sejam salários, manutenção da infra-estrutura e depois o pagamento do serviço da dívida feita para financiar a plataforma flutuante, orçada em cerca de 7 mil milhões de dólares.

A Eni Rovuma Basin (ERB) é o operador delegado do projecto. A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma joint venture em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, cada uma, participações de 10%.

Na Área 4 foram descobertos recursos significativos de gás natural recuperáveis, incluindo o reservatório Coral Sul, onde já se encontra em operação, desde o último trimestre de 2022, uma unidade flutuante de produção de gás natural liquefeito (FLNG), designada por Coral Sul.