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Proteger o streaming legítimo é essencial para promover a criatividade na era digital

Estefânia Sousa
8/12/2025
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Foto:
DR

Numa época em que a cultura é cada vez mais dinâmica e expressa nos canais digitais, a cibersegurança torna-se fulcral na preservação desse espaço de vitalidade e disrupção.

Se a cultura expressa-se na diversidade, na história dos povos e na criatividade própria dos seres humanos, a cibersegurança é hoje a base que sustenta a chamada economia digital e que garante a valorização dos novos formatos, que são altamente dependentes das plataformas online e das redes sociais.

As indústrias criativas são agora um produto acessível a quase todos, mesmo ao nível da produção de conteúdos e de distribuição nos diferentes canais. As vantagens ao nível da variedade de opções disponíveis, associadas à rapidez das novas tecnologias e do poder das máquinas e dos algoritmos, deram origem a um mercado dinâmico e abriram novas possibilidades para os mais jovens, com especial incidência em África.

Embora seja prometedora, democrática e direccionada para as novas gerações, a economia digital também acolhe um lado mais obscuro, sobretudo quando falamos de crime digital, ciber hacking e roubo de conteúdos online. Numa altura em que os canais analógicos estão em declínio, o ambiente de conteúdos em streaming está a ser infiltrado por organizações criminosas.

A pirataria de conteúdos em streaming funciona como um assalto, em que pessoas não autorizadas acedem de forma criminosa e comercializam conteúdos legítimos, protegidos por direitos de autor, vendendo-os a outros utilizadores através de caminhos informais. As organizações criminosas que gerem estas operações lucram com a destruição dos modelos de negócio dos operadores de conteúdos estabelecidos e que investem directamente na produção local e regional, cumprindo leis, regulamentos e pagando impostos decorrentes dessa actividade.

Tal representa uma ameaça existencial e global às indústrias criativas e, em última análise, este contexto pode ter um impacto negativo mais alargado e profundo. Em África, por exemplo, onde as indústrias de streaming estão a ser sabotadas pela pirataria de conteúdos, a capacidade de financiar os produtores e a indústria criativa em geral pode ser destruída.

Por sua vez, a capacidade destes criadores expressarem a sua própria visão sobre a sociedade e o mundo é naturalmente prejudicada.

A própria sobrevivência da criatividade e das plataformas culturais modernas depende da capacidade das sociedades protegerem os canais de streaming legais e legítimos, que têm contribuído reconhecidamente para promover as culturas africanas em todo o seu esplendor e diversidade. 

Armas na guerra contra a pirataria

Os piratas de conteúdos utilizam actualmente três meios principais:

  • Burlar o bloqueio geográfico com VPNs (Rede Privada Virtual) e servidores proxy
  • Roubar e partilhar ilicitamente tokens de sessão de clientes legítimos
  • Encontrar vulnerabilidades de segurança nos dispositivos e extrair chaves de licença de conteúdo

Proteger os streamings contra estas ameaças é uma forma de garantir o futuro de criadores e produtores. Se falharmos colectivamente, as indústrias criativas e de conteúdos, construídas em África ao longo de décadas - e ainda com tanto caminho para percorrer -, sofrerão impactos negativos ainda por contabilizar em toda a sua plenitude.

Produção de filmes e séries, talentos para o cinema, argumentos, cinematografia, engenharia de som, recursos de transmissão... Todas as indústrias e conjuntos de competências locais que foram desenvolvidos em torno da produção de conteúdos locais estão em risco quando a pirataria cresce descontroladamente.

Enquanto os serviços de streaming legítimos investem nestas indústrias, os grupos de conteúdos piratas estão focados apenas em extrair valor através de subscrições e publicidade em conteúdos roubados.

Felizmente, existem iniciativas dedicadas a proteger os streamings legítimos e que apoiam a dinamização cultural. Plataformas de conteúdos estabelecidas, como a MultiChoice Africa, com as suas ofertas de conteúdo hiperlocal, como a Africa Magic, Zambezi Magic, Maisha Magic e Showmax, têm uma relação próxima com a líder em cibersegurança Irdeto. Ambas as organizações fazem também parte da coligação pan-africana Partners Against Piracy.

Para a Irdeto, a protecção de streamings envolve equipar os seus clientes com restrições robustas de geolocalização, desenvolver software inteligente para a gestão simultânea de streaming, ao mesmo tempo que implementam sistemas apoiados em inteligência artificial e aprendizagem automática, como estratégia para identificar e reportar anomalias.

Ao mesmo tempo, as marcas de água forenses podem agora ser incorporadas em cada streaming, para uma rápida identificação de produtores e utilizadores piratas.

Estas são algumas das estratégias que estão a ser implementadas contra a pirataria de conteúdos. No entanto, nada substitui o conhecimento, a informação honesta e verdadeira e a ética social, que continuam a ser as ferramentas mais importantes para consciencializar as sociedades, reforçar os direitos de todos os cidadãos e defender as economias criativas na era digital.