"Não se deixem enganar: Putin é responsável pela morte de Navalny", atirou o Presidente dos Estados Unidos, reagindo à morte nesta sexta-feira, 16, do principal opositor russo, Alexei Navalny, numa cadeia.

Joe Biden manifestou-se "indignado" com a morte de Navalny, mas "não surpreendido", com a notícia, reafirmando tratar-se de uma tragédia cuja responsabilidade deve ser imputada ao homólogo Vladimir Putin.

Em resposta à onda de acusações que atribuem ao Kremlin responsabilidades pela morte de um dos mais críticos da governação de Putin na última década, a Presidência russa considerou "inadmissíveis" tais declarações, vindas maioritariamente de países do ocidente.

"Não há declarações de médicos nem informações de serviços forenses e penitenciários. Ou seja, não há informações. E encontramos tais declarações", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz presidencial.

Citado por agências russas, Peskov acrescentou que são "obviamente, declarações absolutamente furiosas e inadmissíveis".

O porta-voz do Kremlin referiu que já tinha informado a Vladimir Putin sobre a morte repentina de Alexei Navalny e referiu que os serviços penitenciários não precisam de receber quaisquer ordens em relação às investigações necessárias para esclarecer o sucedido.

As refutações de Peskov juntam-se às do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que instou os EUA a não fazerem acusações infundadas na atribuição de responsabilidades pela morte de Navalny até que os resultados da autópsia sejam conhecidos.

"A morte de uma pessoa é sempre uma tragédia (...). Em vez de acusações gratuitas, deveriam mostrar moderação e aguardar os resultados oficiais da autópsia", afirmou, em nota, a diplomacia de Moscovo.

Aos 47 anos, Alexei Navalny estava numa cadeia no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada, perdeu a consciência e morreu.

A morte de Navalny levou a que várias pessoas saíssem às ruas de Moscovo e de outras cidades russas em protestos, tendo as autoridades do país reagido com detenções.