Paul Kagame proferiu, recentemente, críticas públicas a Cyril Rampahosa, acusando-o de faltar com a verdade nos assuntos sobre o conflito no Leste da RDC. E, nesta quinta-feira, 06, o Presidente sul-africano, num claro recado ao homólogo ruandês, afirmou que não vai “entrar na lama” tratando do assunto em hasta pública.
“Em relação ao que está a acontecer na República Democrática do Congo, como Chefe de Estado, não tenho o hábito de entrar na lama e discutir com outras pessoas, outros Chefes de Estado”, disse o Presidente da África do Sul.
Questionado pela media do seu país sobre as declarações de Kagame, Rampahosa observou que “assuntos importantes” são discutidos “adequadamente à porta fechada’”, pelo que, reforçou, “não vou entrar na lama”.
Na comunicação que deu azo à ‘resposta’ de Cyril Rampahosa, o Presidente ruandês acusou o homólogo sul-africano de ter divulgado mensagens distorcidas sobre as conversas que os dois mantiveram em relação à escalada do conflito no Leste da RDC.
"O que as autoridades sul-africanas e o próprio Presidente Ramaphosa disseram sobre essas conversas na imprensa contém muitas distorções, ataques deliberados e até mentiras", atirou Kagame.
As relações entre a África do Sul e o Ruanda degradaram-se com as últimas investidas do M23 – grupo rebelde supostamente apoiado por Kigali – no Leste da República Democrática do Congo, particularmente com a ocupação da cidade de Goma.
Em resposta à declaração de Ramaphosa de que as Forças Armadas sul-africanas estavam presentes na RDC como parte da missão de manutenção da paz da SADC para “alcançar a paz e proteger milhares de vidas”, Kagame disse que o envio dessa missão "contribuiu para o fracasso dos processos de negociação”.