1. No dia 11 de Novembro de 1975, os três movimentos de libertação angolanos decretaram três independências de Angola. Uma em Luanda, a capital, pelo MPLA, outras no Ambriz, pela FNLA, e no Huambo, pela UNITA. Esse dia marcou o fim do período colonial que, com a escravatura, foram os fenómenos que destruíram e devastaram a dignidade e a vida de vários povos que, de acordo com a sua própria forma de organização, hábitos e costumes, já habitavam o território que passou a ser conhecido como Angola. Que nunca mais volte a acontecer!
2. Neste artigo, diferente dos outros que publico nesta prestigiada revista, vou para além da economia e finanças, pois a efeméride convida-nos para uma reflexão apaixonada mas real do que fomos nestes 50 anos de independência, mas também no que temos de ser hoje e no futuro para podermos desfrutar de uma independência que, hoje, apenas é política. Partilho a minha opinião com consciência histórica, hoje possível pela publicação recente de livros que retratam o período antes e depois da independência, por protagonistas de diferentes sensibilidades e campos políticos. É com consciência histórica que não analiso os cinquenta anos de independência como um todo, ao contrário da narrativa actual. Separo este período de independência em duas partes, antes e depois de 4 de Abril de 2002, o dia em que efectiva e perenemente conseguimos o fim do conflito militar.
3. Os pilares do desenvolvimento económico-social de um país assentam em paz, segurança, estabilidade, identidade cultural, capital humano, infra-estruturas e instituições. O desenvolvimento isolado ou integrado de cada um desses pilares, no caso de Angola, foi influenciado por diversos factores, ao longo das últimas cinco décadas.
11 de Novembro de 1975 – 4 de Abril de 2022
4. A independência decretada na capital angolana acabou por ser a reconhecida internacionalmente e deu lugar à República Popular de Angola. A independência decretada pelos outros dois partidos deu lugar à República Democrática de Angola, que tinha a sua capital no Huambo. Esta rapidamente se desintegrou por falta de entendimento entre os dois partidos que, naquela altura, formaram um governo e, também, pelo avanço das FAPLA pelo planalto central e depois o sul. Assim, é a partir de Luanda que se inicia o processo de construção da nação angolana pós-independência, a meio de uma guerra civil.
5. Um período de guerra é caracterizado por morte, sofrimento, deslocação de pessoas, fragmentação social e destruição de infra-estruturas. No caso de Angola, esse período durou 27 anos. Com excepção das indústrias que se desenvolveram em offshore (petróleo e pescas), a fatia de leão da economia onshore que existia antes da independência colapsou por força do conflito militar. Neste período, o objectivo dos angolanos era o fim do conflito militar, condição basilar para o desenvolvimento económico.
Leia este texto na íntegra na edição 'Especial Independência' da revista Economia & Mercado, disponível nas bancas.

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