Horas após o Ministério da Juventude e Desportos vir a terreiro, nesta quarta-feira, 14, acusar Artur Almeida e Silva, presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), de ter proferido declarações “enganosas” sobre alegada falta de apoio financeiro do Estado à Selecção Nacional que competiu no recém-terminado CAN, Rui Falcão foi anunciado como o novo titular do MINJUD, em substituição de Palmira Barbosa.
O comunicado da Presidência da República não fez qualquer referência às razões que estiveram na base da mexida no pelouro dos Desportos. Entretanto, Palmira Barbosa deixou, um ano e meio depois, o MINJUD numa altura de acesa polémica sobre os encargos financeiros com a participação de Angola no CAN da Côte d’Ivoire.
Em muitas ocasiões, Artur Almeida e Silva queixou-se, publicamente, de suposto vazio nos cofres da FAF, o que levou, segundo revelou, a recorrer a empréstimos para garantir a preparação (no Dubai) e a participação dos Palancas Negras na maior prova de futebol continental.
"As pessoas não têm noção daquilo que se passa. É uma pena, mas as pessoas têm de saber que nós estamos a fazer essa campanha sem orçamento. (...) Não é possível. (...) Desta forma, não vamos a lugar nenhum", eis um dos desabafos do presidente da FAF, proferidos já no palco do CAN.
E, na ocasião, acrescentou: “Nós estamos aqui em representação da Nação. Estamos em missão de Estado e somente ontem foi que recebemos um terço do que deveríamos receber quando nos preparámos antecipadamente [para o CAN]”.
«Falsas revelações», atira o ‘MINJUD de Palmira Barbosa’
No encontro com os jornalistas, nesta quarta-feira, 14, em Luanda, horas antes de ser anunciado um novo titular do Ministério da Juventude e Desportos, a secretária-geral do MINJUD afirmou ser “pura distorção dos factos” e “falsas revelações” a informação segundo a qual a Selecção Nacional chegou à Côte d’Ivoire sem qualquer apoio do Estado.
Para atestar o ‘desmentido’, o comunicado, assinado ainda com Palmira Barbosa no trono, observa, sem se referir a datas, que o MINJUD disponibilizou à FAF um valor inicial de 1,4 mil milhões de Kwanzas, a que se seguiu um reforço na ordem dos 93 milhões de Kz, tudo para suportar os custos da presença dos Palancas Negras no CAN.
Durante a prova e após a qualificação de Angola aos oitavos-de-final, acrescentou a secretária-geral do MINJUD durante a leitura do comunicado, foram transferidos para as contas da Federação mais 2,2 mil milhões de Kwanzas.
E mais apoios…
O comunicado do MINJUD, lido num encontro em que os jornalistas não tiveram oportunidade de fazer perguntas, faz alusão, igualmente, aos 7,3 mil milhões de Kz canalizados aos cofres da Federação Angolana de Futebol pelo consórcio estatal SONANGOL, ENDIAMA e SODIAM para cobrir os custos das provas internas, particularmente do Girabola.
Pelo que, concluiu Cátia Teixeira, o Ministério da Juventude e Desportos "manifesta total repulsa pelas declarações inaceitáveis proferidas por Artur Almeida e Silva, que alega falta de apoio financeiro do Estado à Selecção angolana no Campeonato Africano das Nações”.
FAF prepara réplica
Contactada pela revista E&M, a direcção da Federação Angolana de Futebol mostrou-se indisponível a rebater o conteúdo do comunicado lido por Cátia Teixeira, secretária-geral do Ministério da Juventude e Desportos.
No entanto, uma fonte da direcção de Artur Almeida e Silva, que preferiu não se identificar, garantiu que a FAF deverá promover, nos próximos dias, um encontro com a imprensa, para dar mais explicações sobre o orçamento que serviu de suporte para a preparação e presença dos Palancas Negras na prova em que terminaram entre as oito melhores selecções.

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