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Sector petrolífero avança na transição energética com foco na sustentabilidade

Sebastião Garricha
22/10/2025
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Foto:
Andrade Lino

Segundo Manuel Xavier, o sector de petróleo e gás precisa continuar a alimentar a economia nacional e, ao mesmo tempo, fazer face à transição energética, que "é um facto incontornável".

O sector de petróleo e gás continua a ser o principal motor da economia nacional e, apesar das críticas, está comprometido com uma transição energética mais sustentável, afirma Manuel Xavier, director nacional de Segurança, Emergências e Ambiente.

Ao intervir na V Conferência E&M sobre Ambiente e Desenvolvimento, que se realiza esta quarta-feira, 22, em Luanda, sob o tema “Carbono, Financiamento Verde e Justiça Climática: Estratégias para o desenvolvimento sustentável”, o responsável reconhece que o sector é muitas vezes alvo de desconfiança, mas sublinha que tem sido o alicerce económico do País ao longo dos anos e que continuará a desempenhar esse papel enquanto se adapta às novas exigências de sustentabilidade ambiental.

“O sector de petróleo e gás enfrenta um dilema: precisa continuar a alimentar a economia nacional e, ao mesmo tempo, fazer face à transição energética, que é um facto incontornável. Por isso, estamos a produzir de forma cada vez mais sustentada, com programas ambiciosos de redução de emissões de dióxido de carbono e metano”, refere Manuel Xavier. 

Além disso, destaca iniciativas concretas, como o projecto Angola LNG, em funcionamento desde 2013/2014, que conseguiu conciliar a dimensão ambiental com a vertente económica, ao monetizar um recurso anteriormente desperdiçado e, simultaneamente, reduzir emissões e proteger o ambiente.

Aponta ainda para inovações tecnológicas adoptadas nas operações, como as instalações offshore totalmente eléctricas e equipadas com sistemas de captura e armazenamento de carbono, evidenciando que o País pode continuar a produzir petróleo com uma pegada ambiental cada vez menor.

Para o especialista, é fundamental recolocar a sustentabilidade no centro das discussões, lembrando que mais de 600 milhões de africanos ainda vivem sem acesso à energia. Sublinha, ainda, que a energia térmica continua a representar cerca de 36% da matriz energética do continente africano.

“Mas estamos empenhados em reduzir esse número, investindo em fontes limpas”, explica o responsável.

Neste caminho, destaca a participação activa do sector petrolífero em projectos de energias renováveis. Cita, como exemplo, a central fotovoltaica de 25 megawatts (MW) em funcionamento na província do Namibe, Caraculo, e o arranque previsto de uma nova instalação na Huíla, com capacidade de 35 MW, que poderá ser expandida para 80 MW. 

Segundo Xavier, todos esses projectos contam com financiamento de empresas ligadas ao petróleo e gás, num claro sinal de que essas companhias estão a evoluir para se tornarem verdadeiras empresas de energia.