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Senegal: PR ‘carrega’ na pretensão de renegociar contratos de hidrocarbonetos e cria comissão de reavaliação

Victória Maviluka
21/8/2024
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Foto:
DR

Diomaye Faye, 44 anos, eleito Presidente da República em Março, considera que os acordos celebrados a nível do petróleo, gás e mineração não são favoráveis aos senegaleses.

Mais um passo dado na já anunciada pretensão de o Senegal renegociar os contratos de hidrocarbonetos celebrados antes da chegada de Diomaye Faye ao poder. O actual Presidente da República acaba de criar uma comissão que vai rever, junto dos parceiros, os contratos assinados com o anterior elenco governativo, tendo em conta a necessidade de estes estarem alinhados com os “interesses estratégicos do Senegal e do seu povo”.

Faye considera que estes acordos celebrados a nível do petróleo, gás e mineração não são favoráveis aos senegaleses, por isso, criou um grupo para os renegociar, composto por altos executivos da administração, especialistas nas áreas petrolífera, mineira, fiscal e económica.

Classificado entre os 25 Estados menos desenvolvidos do mundo, o actual elenco governativo do Senegal, que tem à testa Faye, 44 anos, aposta nestes recursos minerais para dar um salto económico.

Em Junho último, o país da África Ocidental tornou-se produtor de petróleo a partir da exploração do campo de Sangomar (Centro-Oeste), onde opera o grupo australiano Woodside Energy, e deve começar a explorar gás natural no segundo trimestre deste ano.

“[A criação da comissão] decorre do desejo de respeitar um compromisso. Tivemos que lamentar e denunciar, vigorosamente, a forma como os acordos foram celebrados em detrimento dos interesses estratégicos do Senegal e do seu povo”, disse o primeiro-ministro, Ousmane Sonko.

Referiu, citado pela televisão pública RTS, que o Governo assumiu o “firme compromisso de rever estes acordos, de os reexaminar e de trabalhar para os reequilibrar” no sentido do interesse nacional.

“A lógica é trabalhar de forma científica, rigorosa e metódica em todos os aspectos destas convenções. O primeiro exercício será rever estas convenções à luz das diferentes bases jurídicas em que se baseiam”, explicou.