O antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi morreu esta segunda-feira, aos 86 anos, no hospital San Raffaele, em Milão, dois meses depois de ter sido diagnosticada uma leucemia crónica.
A imprensa italiana noticiou que Berlusconi morreu depois de os cinco filhos e o irmão Paolo terem sido chamados ao hospital, onde se juntaram à sua companheira, Marta Fascina, que esteve sempre ao lado do antigo primeiro-ministro.
Berlusconi também tinha estado internado no início de Abril nos cuidados intensivos do mesmo hospital. Deu entrada na unidade de cardiologia com “falta de ar”.
Durante a hospitalização, Berlusconi manteve-se politicamente activo, com dois vídeos em que parecia frágil, mas garantia estar pronto a regressar ao trabalho.
Nos últimos anos, o bilionário e magnata dos media tinha enfrentado vários problemas de saúde. Em 2016, foi operado ao coração e em 2020 passou várias temporadas no hospital por complicações relacionadas com a Covid-19 (que descreveu como “a pior experiência da minha vida”). Os problemas cardíacos já vinham da década anterior e, ainda nos anos 1990, foi operado a um tumor, entre outras complicações de menor gravidade.
Berlusconi foi primeiro-ministro entre 1994 e 95, 2001 e 2006, e 2008 e 2011. Foi sempre uma figura polémica e os seus nove anos como primeiro-ministro italiano foram marcados por acusações de corrupção e escândalos sexuais. O seu último mandato terminou em 2014 com a sua demissão, com o país à beira de um colapso da economia e um escândalo sexual que ficou conhecido como bunga bunga, este ano foi absolvido de acusações de suborno a mulheres para que não revelassem o que se passava nas festas.
Nos últimos anos, Berlusconi já não estava na primeira linha da política italiana – principalmente devido à sua idade e a problemas de saúde, embora tenha conseguido voltar ao Senado e o seu partido, Força Itália, faça parte da coligação de direita que actualmente governa a Itália, presidida por Giorgia Meloni.
Entre Julho de 2019 e Outubro de 2022, o multimilionário, empresário e político conservador ainda passou pelo Parlamento Europeu, de que foi o mais velho deputado, como membro do grupo do Partido Popular Europeu (PPE, democratas-cristãos). Em 2022, Berlusconi celebrou o que chamou “casamento simbólico” com Marta Fascina, deputada do Força Itália desde 2018 e sua companheira desde 2020.
Berlusconi esteve no centro de uma série de investigações e julgamentos, quase todos abertos depois de entrar na política, em 1994. Ao todo, enfrentou 35 processos criminais, mas apenas uma condenação definitiva.

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