A economia angolana está a braços com limitações no acesso a divisas e, no Brasil, Vera Daves avançou com uma ‘fórmula’ que acha determinante para se resolver o 'cálculo'. A ministra das Finanças encontra no crescimento e diversificação das fontes de renda o ‘escape’ para Angola ultrapassar o imbróglio da escassez de moeda estrangeira.
"Angola exporta petróleo e as divisas que recebe do petróleo usa ou para pagar dívida externa (...) ou para pagar algumas despesas que tenha também em moedas externas - contratos, prestação de serviço, bens, o que for - em dólares", referiu Vera Daves.
À margem da cimeira de ministros de Finanças e governadores de Bancos Centrais do G20, na cidade de São Paulo, a titular das Finanças de Angola explicou, entrevistada pela agência Lusa, que, para que o país reduza esta “asfixia”, porquanto está obrigado a continuar a fazer investimentos em infraestruturas e a cobrir um conjunto de despesas, terá de encontrar outros bens e serviços de exportação, que lhe abram as portas ao acesso a dólares, para além do petróleo.
Adiantou que, na busca de soluções para o impasse do acesso às divisas, abordou o tema com o ministro das Finanças do Brasil, a quem solicitou ajuda: “Se a produção [de petróleo] cai, se o preço do petróleo cai, temos um contrapeso em outras fontes. O ministro [Fernando Haddad] disse que tomava boa nota e, de resto, quando o Presidente Lula da Silva visitou Angola (...) esse foi um dos temas que foi levantado".
Vera Daves simpatiza-se com ideia de uso de moedas alternativas ao dólar
Questionada sobre a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva em relação à adopção de outras moedas como referência para as transacções internacionais, Vera Daves afirmou que Angola "simpatiza com a ideia".
"Devemos explorar sim essas avenidas para diversificar. Da mesma forma como se diversifica a economia, também se deve diversificar o portfólio de moedas para ter resiliência. Quando há um choque de taxa de juros, quando há um choque de taxa de câmbio numa moeda, na relação com uma moeda, temos a outra para fazer contrapeso", disse, à Lusa, a ministra das Finanças de Angola.
O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 01 de Dezembro de 2023, foi o anfitrião da cimeira da cúpula que decorreu de 28 a 29 de Fevereiro último, e que reuniu os máximos responsáveis pelas pastas de Finanças das 20 maiores economias do mundo, incluindo também a União Europeia e a União Africana.
Angola, à semelhança de Portugal, Angola, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega, foi convidada ao encontro pelo Brasil para observadora do G20 em 2024.

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