Depois de ‘largar’ 1,3 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2025, a Somagec, entidade privada que desenvolve infra-estruturas transnacionais de transmissão de energia em África – com financiamento integralmente privado –, anunciou, recentemente, o arranque de dois projectos de interligação eléctrica que vão conectar Angola e a República Democrática do Congo (RDC).
Trata-se das linhas de transmissão Soyo–Inga–Cabinda e Laúca–Kolwezi, cujas obras devem iniciar este ano, através da Meridia Energy, subsidiária da respectiva entidade privada.
O primeiro projecto interliga o Soyo e a província de Cabinda, passando por Matadi, na RDC – uma linha de transmissão de alta tensão que será construída exclusivamente com recurso a investimento privado.
A infra-estrutura, segundo documento enviado à redacção da E&M, visa não só reforçar as exportações de energia nacional, como também assegurar o abastecimento da província de Cabinda através da rede nacional.
O segundo projecto, com pouco mais de 1.200 km de extensão, ligará a central hidroeléctrica de Laúca ao centro mineiro de Kolwezi, na RDC, passando por Saurimo (Lunda Sul) e Luau (Moxico Leste).
A linha visa alimentar o coração industrial e mineiro da RDC com energia fiável e limpa, enquanto electrifica o leste de Angola de forma estrutural.
“A chegada da linha a Saurimo permitirá o desenvolvimento da província da Lunda Sul através de investimento privado em infra-estruturas energéticas, substituindo a dependência de financiamento público ou dívida soberana”, lê-se no documento consultado pela E&M.
De acordo com a nota que citamos, os dois projectos contam com o apoio do Ministério da Energia e Águas (MINEA) e da RNT – Rede Nacional de Transporte de Electricidade.
Além do suporte e aprovação de Angola, via Decreto Presidencial, os projectos contam com o apoio do Governo da RDC, tendo já todas as aprovações obtidas incluindo aprovação do Ecofin e do conselho de ministros para as concessões de ambas as linhas.
A estratégia é considerada um modelo de desenvolvimento sustentável e fiscalmente responsável. "Tal como o projecto de Soyo–Cabinda, os estudos estão finalizados, com capital e financiamento garantido por Somagec e investidores institucionais europeus, americanos e africanos”, lê-se.
Aliás, segundo a nota, as respectivas iniciativas visam reforçar a posição de Angola como fornecedor regional de energia, promover a integração energética com a RDC e desenvolver infra-estruturas internas sem recorrer à dívida pública.

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