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Superavit da balança comercial contrai 38% para 2,99 biliões de kwanzas no II trimestre

Adnardo Barros
2/9/2025
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Foto:
DR

De acordo com o relatório, as exportações de mercadorias angolanas recuaram 17,54% em termos homólogos.

A balança comercial angolana contraiu 38% no segundo trimestre de 2025 para 2,99 biliões de kwanzas face os 4,9 biliões kwanzas registados no período homólogo. Os dados constam do Boletim Estatístico do Comércio Externo de Bens do II Trimestre de 2025, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A queda no preço do petróleo, principal produto das exportações, é o grande responsável por este desempenho, refere o documento. O petróleo bruto representou 89,2% do total exportado.

De acordo com o relatório, as exportações de mercadorias angolanas recuaram 17,54% em termos homólogos. O valor das vendas ao exterior passou de 7,7 biliões de kwanzas no segundo trimestre de 2024 para 6,3 biliões de kwanzas entre Abril e Junho deste ano.

Em sentido contrário, as importações registaram um crescimento homólogo de 19%, aumentando de 2,8 biliões de kwanzas para 3,4 biliões de kwanzas.

Para o economista Miguel Manuel, esta dinâmica representa um risco macroeconómico. "A combinação de exportações em queda e importações em crescimento cria uma pressão de dupla a economia; menos entrada de divisas estrangeiras e mais saída de reservas. Esta equação é insustentável a longo prazo", alerta.

O especialista explica que este desequilíbrio "exerce pressão adicional sobre a moeda nacional, o kwanza, e pode levar a uma desvalorização mais acentuada. Além disso, consome rapidamente as reservas financeiras do país, que são essenciais para garantir a estabilidade económica e a capacidade de importação de bens essenciais".

Miguel Manuel reforça que "enquanto o País não diversificar a sua base exportadora, continuará refém desta volatilidade. Precisamos de políticas urgentes para substituir importações e aumentar a produção local, especialmente em sectores estratégicos como alimentação, manufactura e energia".

Em termos práticos, a pauta exportadora permanece concentrada no petróleo bruto e diamantes foram responsáveis por 95,16% de tudo o que o país vendeu ao exterior no segundo trimestre. Individualmente, os diamantes contribuíram com 5% do total de bens exportados.

Por outro lado maquinas e aparelhos são os produtos mais consumidos no país que representaram um peso de 28,74% nos produtos exportados.