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Tabaco mata uma pessoa no mundo a cada quatro segundos

Mariano Quissola
31/5/2023
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Foto:
DR

Angola não tem dados específicos sobre os casos de mortes relacionadas ao tabaco, segundo da Direcção Nacional de Saúde Público, um mal que mata uma pessoa no mundo a cada quatro segundos.

O mundo celebra hoje o Dia Mundial Sem Tabaco, instituído pela OMS, em 1987, com objectivo de alertar as pessoas sobre os perigos do uso do tabaco e equilibrar as práticas comerciais das empresas da indústria.

Dados da OMS apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo consumo activo e passivo do tabaco, pessoas morrem em todo o mundo devido ao tabagismo, dentre as quais. A The Tobacco Atlas, centro de informações sobre o tabaco da organização não-governamental norte-americana Vital Strategies indica que os fumadores consomem anualmente mais de cinco mil milhões de cigarros.

A China é apontado como o país com maior número de fumadores, com perto de 300 milhões entre 1,4 mil milhões de habitantes, segundo dados da OMS de 2020.

A Indonésia é o país com a maior proporção de homens fumadores, 62,7% dos quais maiores de 15 anos. Em Angola, apesar de haver poucos dados sobre o nível de prevalência do consumo e consequências do tabaco, consta que a faixa etária que mais consome anda à volta dos 14 aos 49 de idade, com realce para o facto de os fumadores indirectos desconhecem o problema.

Dados do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde 2015-2016, os fumadores constituíam 14% dos homens e 2% das mulheres investigadas. As maiores percentagens de mulheres fumadoras encontravam-se nas províncias de Benguela, Bié, e Malanje, registando 4% cada uma, e os homens fumadores com maior incidência no Uíge e na Lunda Norte, com 23%.

“Na verdade, a maioria dos fumadores passivos não têm conhecimento dos riscos do fumo do tabaco. Na maioria de nós convivemos com os fumadores, sobretudo nas famílias, o maior risco são crianças que por mais tarde se tornam fumadores activos por ver o mais velho a fumar. O fumo do cigarro desaparece no ar depois de cinco horas. Pode imaginar os seus efeitos no ambiente e na vida das pessoas”, disse Famba Fabrício, consultor da OMS para a Direcção Nacional de Saúde Público.

Entretanto, os cigarros são considerados um problema que atinge principalmente os países pobres, sendo que 80% dos fumadores vivem em países de rendimento médio-baixo.

Em África e no Médio Oriente, o tabagismo tem diminuído pouco e em alguns casos aumentou, como no Egito, no Líbano ou no Iraque, sendo que o tabaco é a principal causa de morte evitável, matando uma pessoa no mundo a cada quatro segundos.

O tabagismo activo ou passivo matou quase nove milhões de pessoas em 2019, segundo o estudo “Global Burden of Disease” publicado em 2021 na revista científica The Lancet.

Estima-se que o tabagismo em massa pode causar 450 milhões de mortes na primeira metade do século XXI, além de ser caro para a sociedade, absorvendo 6% dos gastos globais com a saúde, segundo um estudo coordenado pela OMS, divulgado em 2018 pela revista Tobacco Control.

São contabilizadas quase um milhão de toneladas de beatas, com os seus filtros de acetato de celulose, não biodegradáveis, são deitadas fora todos os anos.

O cultivo do tabaco requer anualmente 22 mil milhões de toneladas de água e a indústria produz 25 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Apesar da queda gradual do consumo de tabaco observada desde 2012, o mundo das tabaqueiras não parece enfraquecido.

O Tobbaco Atlas sublinha que nos países ricos a poderosa indústria se diversificou em produtos alternativos, com o cigarro eletrónico em primeiro lugar. Nos países de rendimento médio-baixo, as grandes tabaqueiras continuam com a sua “agressiva” política de preços e gastam grandes somas para combater as medidas antitabaco.

Dois gabinetes norte-americanos de análise económica preveem, para os próximos cinco a oito anos, um aumento anual de cerca de 2,5% no volume de negócios global do setor, que representará no corrente ano 940 mil milhões de dólares (875 mil milhões de euros).

Por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, a OMS apelou aos agricultores para cultivarem alimentos em vez de plantas do tabaco, para aumentar a segurança alimentar, mas assinala que em África as áreas dedicadas a esta cultura aumentaram perto de 20% em 15 anos.