A Tanzânia é o país do trio das principais economias da SADC que mais cresce nos últimos trimestres, observando uma taxa de crescimento económico trimestral de 4,93%, reportam dados do Boletim Conjuntura Económica Regional, a que a revista Economia & Mercado teve acesso em exclusivo. 

De acordo com os autores do estudo, maior parte dos quais formados em Economia, em termos comparativos das três principais economias da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a economia que mais tem crescido nos últimos 8 trimestres é a da Tanzânia, registando taxas de crescimento média do PIB trimestral de 4,93%, face ao crescimento médio trimestral de Angola e África do Sul na ordem dos 1,84% e 0,25% respectivamente.

“Esta taxa de crescimento média do PIB trimestral de Angola em relação aos pares da SADC significa que a economia angolana está a enriquecer menos em relação à Tanzânia e a enriquecer mais em relação à África do Sul”, lê-se na pesquisa elaborada pelos especialistas angolanos Hamilton Fernando, Patrícia Jovita Miguel, Isaías Lukeny Tony, Paulino Cavala e Ariclenes da Silva..

O documento observa que, a médio ou longo prazo, caso a mesma dinâmica se mantenha, a Tanzânia poderá ter um papel de importador em possíveis trocas comerciais com Angola e, na mesma senda, Angola para com a África do Sul. 

“Para o ano de 2024, perspectiva-se uma taxa de crescimento do PIB de 3,2% para a região da SADC”, prognostica o estudo sob o título ‘Tendência dos blocos económicos em relação a Angola’.

O relatório especifica que as três principais economias da região da SADC sinalizaram uma tendência de crescimento do PIB no IV trimestre de 2023, comparativamente ao período homólogo, com a África do Sul a crescer 0,10% face ao crescimento negativo de 1,10% observado no IV trimestre de 2022, influenciado pelo crescimento da indústria de transporte, armazenamento e comunicação, que cresceram em média 2,9%, e a extractiva, que cresceu 2,4% no referido período.

“Quanto à Tanzânia, os números apontam que, no IV trimestre de 2023, o PIB terá crescido 4,50%, acima dos 3,56% assistidos no trimestre homólogo, impulsionado pelo crescimento dos sectores da agricultura, que cresceu 3,8%, da indústria extractiva 10,2%, assim como da electricidade, que cresceu 9,7% no IV trimestre de 2023”, lê-se no boletim.

Em relação a Angola, a pesquisa refere que assistiu uma taxa de crescimento do PIB do IV trimestre de 2023 de 0,71%, ligeiramente abaixo dos 2,60% registados no período homólogo, influenciado pelo crescimento dos sectores das pescas e serviços mercantis, não obstante os impactos negativos da depreciação cambial, motivada pela retoma do serviço da dívida por parte do Governo aos principais credores bilaterais, bem como a retirada dos subsídios aos combustíveis, que pesaram sobre muitas actividades económicas.