A União Europeia (UE) e o Banco Mundial expressaram, esta semana, preocupação com o enfraquecimento do comprometimento do Malawi com as reformas económicas, que ditou o cancelamento na semana passada da Linha de Crédito Ampliada, com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Há dias, o FMI confirmou que o programa, aprovado em Novembro de 2023, expirou automaticamente no dia 14 de Maio de 2025, após o país não ter conseguido concluir uma única revisão dentro do prazo exigido de 18 meses.
Face à situação, o embaixador da UE no Malawi, Rune Skinnebach, descreveu o desenvolvimento como “decepcionante”, afirmando que o Governo não cumpriu as condições acordadas em relação à disciplina fiscal, geração de divisas, arrecadação de receitas e reestruturação da dívida.
“A estabilidade macroeconómica se tornou cada vez mais importante agora, que os doadores tradicionais estavam mudando de subsídios para ferramentas de investimento, como garantias e empréstimos concessionais. Sem um ambiente estável, os investidores privados e financiadores internacionais teriam dificuldades para operar com confiança”, explicou o diplomata da UE no Malawi.
Ainda assim, em 2024, a UE retomou o apoio orçamental directo ao Malawi após uma suspensão de uma década, alocando 55 milhões de euros, com 20 milhões destes, desembolsados para o sector da educação.
No entanto, Skinnebach adverte que os desembolsos futuros dependerão de como o Malawi administrará suas finanças públicas e cumprirá as metas sectoriais acordadas. “Ainda há tempo para o Malawi tirar o máximo proveito da próxima parcela, que só será disponibilizada após as eleições gerais de Setembro próximo.”
Partilhando a mesma posição, o gerente do Banco Mundial no Malawi, Firas Raad, aponta para uma desaceleração nas reformas nos últimos 15 meses, particularmente em relação ao controlo da inflação, reestruturação da dívida e gestão do déficit.
“O cancelamento do programa da Linha de Crédito Facilitada, atrasará os esforços para estabilizar a economia, especialmente devido aos crescentes desequilíbrios e à mensagem que isso envia aos investidores e parceiros de desenvolvimento”, acrescentou.
Contudo, os doadores alertaram que, caso medidas correctivas não sejam tomadas, a inflação no país poderá aumentar, provocando escassez de moeda estrangeira e redução do financiamento para serviços públicos essenciais.
Entretanto, à revista Economia e Mercado (E&M), o economista malawiano, Walle Charles, considerou preocupante a actual situação do país, alertando que “face ao enfraquecimento das reformas económicas, embora haja pequenos esforços do Governo, os investimentos sobretudo estrangeiros poderão reduzir a curto e médio prazo devido à falta de confiança”.

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