Um total de 311,6 milhões de dólares foi o quanto entrou para os cofres do Estado em receitas directas com as vendas de diamante angolano, no terceiro trimestre de 2023, uma queda visível de 35,2% face ao total arrecadado em igual período de 2022, quando as estatísticas oficiais apontavam para uma receita de 480,6 milhões, indicam números da Balança de Pagamento tornados públicos pelo banco central no seu website.

As estatísticas não dizem, em termos práticos, o que terá contribuído para a redução substancial nas vendas das pedras preciosas angolanas, mas, ao Economia e Mercado, operadores e analistas do sector admitem que a quebra do ‘apetite’ na procura pelos diamantes angolanos esteja relacionado com a invasão russa à Ucrânia, um dos maiores compradores dos diamantes angolanos e que está sob restrições económicas em quase todo o Ocidente, o que, na visão destes analistas, está a impactar negativamente no comércio internacional dos diamantes.

A tudo isto, soma-se ainda a ascensão do diamante sintético, o também designado diamante de laboratório, que, como o apurou o E&M, tem estado a ‘roubar’ lugar ao diamante natural, que tem altos custos de produção.

Apesar da queda no período homólogo, a análise trimestral já revela uma ligeira subida nas vendas. Por exemplo, as vendas no segundo trimestre de 2023 ficaram avaliadas em 283,2 milhões de dólares, quando no trimestre imediatamente a seguir as contas registaram 311,6 milhões de dólares, um avanço de 10%.

Os diamantes não só caíram quanto às receitas como também deslizaram quanto aos quilates. De julho a Setembro, por exemplo, o volume de quilates vendidos ao exterior quedou 31,4% para apenas 1.672,7 quilates, isto é, face ao total registado em igual período de 2022.