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“Você não pode desenvolver um país como Angola com 20 empresários a fazer agricultura” - Francisco de Assis

Sebastião Garricha
21/5/2024
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Foto:
Isidoro Suka

Apesar dos níveis actuais, ministro acredita que, à semelhança do que acontece com o café, a produção do milho também deverá registar uma taxa de crescimento assinalável.

A discursar na mesa redonda sobre Estratégias para o Fornecimento da Produção Alimentar, por ocasião da 3.ª edição da conferência ‘Angola Economic Outlook’, realizada pela revista Economia & Mercado (E&M), o ministro da Agricultura e Florestas, Francisco de Assis, revelou que o País tem déficit no número de empresários dedicados ao sector.

“Somos muito poucos, tanto a nível de famílias como a nível de empresários a fazer a agricultura. Você não pode desenvolver um país como Angola com 20 empresários a fazer a agricultura. Não é possível isso. Somos ainda muito poucos”, avisou. 

Segundo o ministro, além de existirem poucas pessoas que se dedicam à agricultura, existem muitos outros factos que se traduzem em problemas para o sector da agricultura e ‘penalizam’ o nível de produção, nomeadamente a falta de conhecimento, acesso às técnicas e tecnologias e o “pessimismo das pessoas em relação ao sector”. 

“Quando nós começamos a falar na necessidade de produzirmos trigo, fomos insultados de todas as maneiras e feitios. Ministro maluco, louco, Angola não dá, o trigo vai sair castanho, o pão não vai dar. Com muita força, neste momento, a produção de trigo só é feita por mil. Não temos ainda empresários em grande escala destinados a produzir trigo”, sublinhou. 

Para justificar a aposta do ministério na produção nacional, Francisco de Assis apontou a taxa de crescimento do café em Malanje. A seu ver, Malanje poderá superar os níveis de produção de café da província do Uíge, dentro um ou dois anos.

“Não temos ainda o conforto e o abraço do sector empresarial, mas as famílias estão a fazer café. No café, com muita força em Malanje, no Huambo, na Huíla, no Bié e em Namibe, estamos a fazer café arábica. Chega para todas as necessidades do País? Claro que não, é ainda muito pouco, por isso é que eu acho que um dos factores limitantes que temos é o número de pessoas a fazer, tanto num sector como noutro”, explicou.