O volume de negócios entre Angola e China registou uma redução de 20% no ano passado, comparativamente às estatísticas de 2022, informa o presidente da Câmara de Comércio Angola-China.
Luís Cupenala recorda que, em 2023, as trocas comerciais entre Angola e o ‘gigante’ asiático cifraram-se nos 27,8 mil milhões de dólares, tendo este volume reduzido, o ano passado, em 20%, o que representa menos 5,5 mil milhões USD.
“Em 2023, as estatísticas registaram que houve um abrandamento, uma queda de menos 20% no volume de trocas comerciais entre os dois países”, afirma o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, associando a queda à conjuntura internacional, sobretudo aos conflitos na Europa e no Médio Oriente.
“A guerra entre a Rússia e a Ucrânia e, ultimamente, a guerra na Faixa de Gaza, portanto, tudo isso trouxe ao nível da estrutura do xadrez da economia internacional uma crise profunda, e esta crise não apenas se reflectiu em Angola, como em muitos outros países”, refere Luís Cupenala, em entrevista nesta segunda-feira, 04, à TV Zimbo.
Não obstante esta redução no volume de negócios, o empresário considera as relações económicas, mormente empresariais, entre Angola e a China “extremamente boas”, se se olhar para a “grelha de investimentos” que estão a ser feitos no País com capitais chineses.
Atesta esta estabilidade, observa Cupenala, a presença de “um sector privado cada vez mais agressivo”, exteriorizada, por exemplo, com o conjunto de instalações que estão a nascer nos corredores da Via Expressa, em Luanda.
“Se olharem para a ‘cintura’ da [Avenida] Fidel de Castro, poderão notar investimentos muito fortes, a construção de fábricas, a construção de residências, a construção de centros comerciais. Portanto, estes são investimentos a que nós chamamos empresas de direito angolano com capital chinês, no quadro dos acordos rubricados entre os dois países”, descreve.
Numa altura em que se fala de uma viagem do Presidente da República à China, Luís Cupenala espera que esta deslocação permita uma abordagem optimista ao processo de pagamento da dívida à China e reafirme a importância da ‘parceria estratégica’ entre os dois países.
“Não há dúvidas nenhumas de que, no quadro dos acordos que existem, sejam encontrados espaços para a revisão da estrutura da dívida, para aliviar a carga que Angola está a viver. O que nós esperamos desta visita é a renovação de mais um ciclo”, perspectiva o líder da Câmara de Comércio Angola-China.
Angola e China mantêm relações de cooperação diplomática há pouco menos de 41 anos, assentes, nas últimas décadas, numa parceria estratégica no plano económico, que transformou, aliás, o país que detém a segunda maior economia do mundo no maior credor de Angola.

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