As autoridades zambianas estão decididas em criar uma empresa de investimento que vai deter 30% de participação na produção de minerais críticos de futuros projectos de mineração, anunciou o ministro das Minas Paul Kabuswe.
Esta decisão, de acordo com o Lusakatimes, é parte de uma estratégia mais ampla para garantir que o país maximize os benefícios dos seus ricos depósitos de metais.
Como o segundo maior produtor de cobre de África, a Zâmbia projecta quadruplicar a sua produção do referido mineral até ao início da próxima década.
Assim, está na forja a criação do programa ‘Special Purpose Vehicle’, voltado para investimento em minerais críticos, operando sob um “mecanismo de compartilhamento de produção”, que garante que um mínimo de 30% da produção de novos projectos de mineração seja reservado para o Estado.
Grandes empresas internacionais de mineração, incluindo Barrick Gold Corp., First Quantum Minerals Ltd. e China Nonferrous Mining Corp., estão, actualmente, a investir em projectos de cobre na Zâmbia.
O governo local, segundo ainda o site consultado pela Economia & Mercado, também conta com as minas de cobre Konkola e Mopani, controladas pela Vedanta Resources Ltd. e pela International Resources Holding de Abu Dhabi, respectivamente, para aumentar significativamente a produção.
Para atingir a ambiciosa meta de produzir três milhões de toneladas de cobre anualmente até 2031, as minas existentes na Zâmbia precisarão de dobrar a sua produção para cerca de 1,4 milhão de toneladas.
Novos projectos de exploração, como Mingomba da KoBold Metals, apoiado por Bill Gates, devem contribuir com 1,2 milhão de toneladas adicionais por ano, noticia o Lusakatimes.
As autoridades zambianas pretendem, igualmente, que investidores no sector de minerais críticos aloquem pelo menos 35% dos custos de aquisição para fornecedores locais.
Além disso, o país vai reavaliar a sua política e ambiente regulatório para limitar a exportação de minerais não processados, visando impulsionar a agregação de valor local.
Revogações começaram
Este anúncio ocorre justamente num período em que o Governo da Zâmbia rejeitou um pedido de renovação da licença de exploração de Kazhiba, um projecto de cobre desenvolvido pelo Solwezi da Midnight Sun Mining, refere o portal.
Sem fornecer explicações sobre a revogação, as autoridades do país atribuíram os direitos de exploração da zona a uma outra empresa, levando a Midnight Sun a suspender os trabalhos nos projectos e a considerar um recurso/reclamação.
Esta nova estratégia de investimento, sublinha o site, ressalta o compromisso da Zâmbia em alavancar os seus recursos naturais para o desenvolvimento nacional e garantir que os benefícios da sua riqueza mineral sejam mais amplamente compartilhados dentro do país.
A Zâmbia, além de ser o segundo maior produtor de cobre do continente, ostenta também depósitos significativos de cobalto, grafite e lítio, todos vitais para a produção de baterias e outras tecnologias de energia limpa.

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