O Governo do Zimbabwe anunciou o pagamento inicial de 3 milhões de dólares a agricultores brancos cujas terras foram confiscadas no início dos anos 2000, no âmbito de um controverso programa de reforma agrária.
Este é o primeiro desembolso efectuado ao abrigo do acordo de compensação assinado em 2020 entre o Estado e os agricultores locais de origem europeia. No total, o Executivo zimbabweano comprometeu-se a pagar 3,5 mil milhões de dólares como indemnização pelas propriedades agrícolas apreendidas.
O valor agora anunciado cobre a compensação de 378 propriedades, de um total de 740 que já têm aprovação para receber o pagamento. Para o Governo, esta parcela representa apenas 1% dos 311 milhões de dólares destinados à primeira fase do processo.
O restante será pago por meio de obrigações do Tesouro denominadas em dólares norte-americanos, conforme avançou o ministro das Finanças, Mthuli Ncube.
“Uma das nossas prioridades no esforço de reforma económica e de regularização da dívida externa é compensar os antigos proprietários que perderam as suas fazendas durante a reforma agrária. Estamos, finalmente, a cumprir esse compromisso”, afirmou Mthuli Ncube.
Entretanto, o Governo do Zimbabwe deixou claro que só irá compensar as melhorias feitas nas propriedades — como infra-estruturas e equipamentos — e não pagará pelas terras em si, argumentando que estas foram originalmente usurpadas durante a colonização.