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A Alma de Angola: A Cultura na construção do País Independente

Redacção
30/11/2025
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Foto:
DR

Logo após a proclamação da Independência, é fundamental registar como primeiro acto institucional a proclamação da União dos Escritores Angolanos.

Para uma melhor compreensão do quadro cultural desenhado pelo Governo da República Popular de Angola, logo após a proclamação da Independência, é fundamental registar como primeiro acto institucional, a proclamação da União dos Escritores Angolanos (UEA) exactamente um mês após o dia 11 de Novembro. 

Entretanto, a situação angolana agrava-se a todos os níveis – os primeiros conflitos internos levaram ao abandono do país por parte de mais de meio milhão de pessoas e logo a seguir desembocariam numa guerra interna depois reforçada com a invasão do governo da África do Sul.

Os poucos profissionais que restaram foram o recurso indispensável para a manutenção de áreas cruciais para Angola como a Educação e a Cultura e permitiram iniciar um processo de reformulação do Ensino e a reestruturação das grandes áreas da Cultura. A título de exemplo, a Academia de Música de Luanda e a Escola de Ballet, ainda à época privada, não pararam de funcionar, mesmo com o recurso a quadros muito jovens e sem experiência de direcção. Da mesma forma, as Artes Plásticas contaram com a participação de profissionais da área que logo se predispuseram a reorganizá-la e, acima de tudo, a mantê-la funcional.

O facto de a super-estrutura ideológica do partido que proclamou a independência nacional ser constituída, em grande parte, por escritores que tinham iniciado todo o movimento literário das décadas de 50 e 60 do séc. XX, terá sido decisivo para a Literatura ser o ponto de partida para todas as futuras acções no domínio das políticas públicas dirigidas para a Cultura. Assim se explica que tenham nascido, na sequência da proclamação da União dos Escritores Angolanos, conferências, eventos, debates, quer nacionais quer de âmbito afro-asiático e ainda visitas de grandes nomes das literaturas portuguesa e brasileira, que, de resto, sempre se manifestaram extremamente activos no apoio aos escritores angolanos. 

A realização de Simpósios sobre a Cultura constituiu, desde os primeiros anos, não só um meio da divulgação e encontro das várias vertentes que se conjugam no nosso País – multi-étnico, multicultural e multirracial – como uma base de discussão séria e construtiva sobre as formas como podíamos aprofundar e desenvolver as múltiplas disciplinas do que comumente se define como Cultura. 

Tal como o Fenacult, meio privilegiado de promover o encontro, a livre expressão e a conjunção das diferentes manifestações culturais de acordo com a realidade geográfica e histórica. Com o propósito de unificar as diversas matizes culturais nacionais, promovem a consciência patriótica e a unidade nacional a partir da diversidade cultural existente, bem como a valorização da herança cultural angolana.

Leia este texto na íntegra na edição 'Especial Independência' da revista Economia & Mercado, disponível nas bancas.