África é dos continentes menos poluentes, mas das regiões no mundo que mais suportam os efeitos adversos impostos pelas alterações climáticas. Para contrapor estes efeitos, os países africanos têm recebido alguns financiamentos. O Egipto foi o país que maior apoio obteve em 2023, refere estudo recente de um grupo de Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMD).
De acordo com o relatório, citado pelo portal Le360, os esforços envidados por alguns países africanos para construir estratégias ambiciosas de combate ao aquecimento global estão a surtir efeito, resultando num financiamento substancial.
O Egipto, a África do Sul e a Etiópia encabeçam a lista de países beneficiários de financiamento ‘verde’ o ano passado, com 2,019 mil milhões de dólares, 1,672 mil milhões USD e 1,392 mil milhões em financiamento recebido este ano, respectivamente.
A seguir a este grupo no ‘top 10’, vêm Marrocos (4.º lugar no continente com 1,195 mil milhões de dólares), Quénia (5.º com 1,115 mil milhões), Costa do Marfim (6.º com 1,064 mil milhões), Nigéria (7.º com 1,023 mil milhões), Tanzânia (8.º com 1,015 mil milhões), Senegal (9.º com 897 milhões de dólares) e RDC (10.º com 885 milhões USD).
Em Setembro último, a Organização Meteorológica Mundial, adstrita às Nações Unidas, publicou um relatório segundo o qual os países africanos perdem em média 2% a 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na gestão dos efeitos climáticos, e muitos deles canalizam até 9% do seu orçamento para este fim.
“Na ausência de medidas adequadas, até 118 milhões de pessoas extremamente pobres poderão ficar expostas a secas, inundações e calor extremo em África até 2030”, alertou a agência da ONU, segundo a qual África está a sofrer as alterações climáticas “de forma desproporcional”.