Anualmente, 321 a 474 toneladas de ouro africano produzido através da mineração artesanal e em pequena escala não são declaradas, representando uma perda na ordem dos 24 ou 35 mil milhões de dólares, de acordo com um relatório publicado pela SwissAid.
Citado esta quinta-feira, 30, pela Business Insider, o relatório diz que a referida quantidade de ouro é ‘contrabandeada’ para fora do continente, sendo a maior parte exportada para os Emirados Árabes Unidos (EAU) para processamento, seguindo depois para países como a Suíça e a Índia, por exemplo.
Além disso, avisa que o “contrabando de ouro africano está a aumentar”, tendo mais do que duplicado entre 2012 e 2022. Neste último, por exemplo, diz que o registo “contrabandeado” para fora de África atingiu números superiores às 435 toneladas de barras de ouro.
“Estima-se que 66,5% (405 toneladas) do ouro importado de África para os EAU em 2022 foi contrabandeado para fora do continente. Chega ao Dubai de avião, na bagagem de mão ou no porão, em voos regulares ou em jatos particulares”, lê-se na matéria publicada pela Business Insider.
A propósito, dados do BI dizem que os EAU tomaram medidas significativas para abordar as preocupações em torno do contrabando de ouro, reconhecendo os riscos colocados por tais actividades, além de as autoridades olharem para relatórios de actividades suspeitas relacionadas com o sector do ouro aumentarem para 6.432 no ano passado, de 223 em 2021.
Os Emirados Árabes Unidos também aumentaram as inspeções em busca de barras de ouro contrabandeadas e até agora distribuíram mais de 21,2 milhões de dólares em multas.
Segundo a notícia da BI, o Ministério da Economia dos EAU disse à SwissAid que o país não pode ser responsabilizado pelos registos de exportação de outros governos.