O continente africano continua a ser a segunda região com crescimento mais rápido a nível mundial, de acordo com o mais recente relatório sobre Perspectivas Económicas Africanas, do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Apresentado na Reunião Anual do Banco, na última quinta-feira, 30 de Maio, em Nairobi (Quénia), o documento descreveu o potencial de crescimento de África como “notável”, sublinhando que o continente manterá a sua classificação de 2023, depois do desenvolvimento da Ásia em 2024 e 2025.
A respeito, Akinwumi Adesina, presidente do BAD, reconheceu o orgulho do Banco nas projecções de crescimento para muitos países africanos, conforme refletido no relatório, e observou que a instituição que dirige também está consciente dos desafios significativos que o continente enfrenta.
“O futuro de África é brilhante, mas precisamos de garantir que abordamos a governação, a transparência, a responsabilização e a gestão do nosso capital natural. Precisamos garantir que os recursos são utilizados em benefício das pessoas deste continente (...). O tipo de resiliência de que estamos a falar não pode acontecer a menos que lidemos com a questão das alterações climáticas”, disse.
Segundo Akinwumi Adesina, é necessário que se tenha a certeza de que se está a investir nos jovens – nas suas competências, talentos e empreendedorismo. “É por isso que estou entusiasmado com o que estamos a fazer com os Bancos de Investimento em Empreendedorismo Juvenil ”, acrescentou.
De acordo com as Perspectivas Económicas Africanas, a recuperação do crescimento médio de África inclui um aumento para 3,7% em 2024 e 4,3% em 2025, ultrapassando a média global projectada de 3,2%.
A África Oriental, a região de crescimento mais rápido do continente, verá o alcance real do Produto Interno Bruto (PIB) aumentar de cerca de 1,5% em 2023 para 4,9% em 2024 e 5,7% em 2025.
Prevê-se que o crescimento na África Central modere de 4,3% em 2023 para 4,1% em 2024, antes de melhorar fortemente para 4,7% em 2025. O documento diz que a previsão actualizada deve-se às expectativas de um crescimento mais forte no Chade e na República Democrática do Congo (RDC), como resultado de condições favoráveis.
Prevê-se que o crescimento na África Ocidental acelere, aumentando de cerca de 3,6% em 2023 para 4,2% em 2024, e estabilizando em 4,4% no ano seguinte. Esta previsão actualizada reflecte um crescimento mais forte nas principais economias da região: Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Senegal, diz o documento.
No Norte de África, por exemplo, prevê-se que o crescimento diminua de uma estimativa de 4,1% em 2023 para 3,6% em 2024 e 4,2% em 2025. Com excepção da Líbia e da Mauritânia, o crescimento foi revisto em baixa para todos os outros países da região.
Prevê-se que o crescimento na África Austral aumente ligeiramente, passando de uma estimativa de 1,6% em 2023 para 2,2% em 2024, e firme até 2,7% em 2025. Devido ao maior peso da África do Sul na região, a previsão de crescimento actualizada compensou o efeito combinado de revisões em baixa em Angola, Botswana, Lesoto, Zâmbia e Zimbabué.
No entanto, o relatório alerta que África não está no bom caminho para cumprir quase todos os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. A este respeito, diz que, a menos que sejam tomadas medidas correctivas, incluindo a inversão da curva de pobreza cada vez mais acentuada, África será o lar de quase 87% das pessoas em situação de extrema pobreza no mundo.