Não é uma Angola de Jean-Jacques, Victor Carvalho, Baduna ou Lutonda. Mas é a era de Bruno Fernando, o primeiro angolano a ‘pisar’ a quadra da cobiçada NBA. Em ano de celebração de meio século da Independência Nacional, Angola chamou para si a organização do Afrobasket e coloca fé num grupo de jovens basquetebolistas para o sonho do resgate da hegemonia da modalidade no continente.
A Líbia é a primeira de uma longa barreira que os angolanos estão determinados a ultrapassar e chegar à meta do 12.º troféu, que foge à Galeria dos Desportos do País desde 2013. O duelo é hoje, às 19 horas, no Pavilhão Arena do Kilamba, em Luanda, palco que testemunhará, antes, a cerimónia de abertura da prova que decorrerá, igualmente, na província do Namibe, cujo Pavilhão Welwitschia Mirabilis acolheu o Mundial de Hóquei em Patins, em 2013.
Nesta missão ‘proibida’ de falhar, é sobre Josep ‘Pep’ Clarós Canals, treinador espanhol com passagens pela Ásia, Europa e América do Norte, que recaiu a escolha para comandar as estratégias tácticas e técnicas com que Angola espera vergar cada adversário que se colocar à sua frente.
Na quadra, Bruno Fernando, de 26 anos, já com destacável experiência internacional, é a maior referência do conjunto angolano. Do poste de 2,8 metros e 106 kg, campeão espanhol pelo Real Madrid, é esperado a inspiração e as valências que o catapultaram à maior Liga de basquetebol do mundo: a National Basketball Association, na qual representou o Atlanta Hawks, Boston Celtics, Houston Rockets e Toronto Raptors.
Nesta empreitada, que se prevê renhida, Bruno contará com a companhia especial de Sílvio Sousa, também integrante da selecção que conquistou, de forma irrepreensível, o Afrobasket 2016 em sub-18, com a ‘torre’ de 2,6 m, 26 anos, filho do Jean-Jacques, a ser eleito o MVP do torneio. Bruno e Sílvio quererão, por conseguinte, juntar mais ‘ouro’ na sua galeria, agora já nas vestes de seniores.
Mas, a par destes dois jogadores com passagens pelos escalões de formação do 1.º de Agosto e pelo basquetebol universitário norte-americano, há outros nomes que merecem destaque nos 12 eleitos para ‘atacar’ a 31.ª edição da maior prova de basquetebol de selecções em África: Gilson Bango, de 26 anos, poste de 2,8 m e de 94 kg, campeão da Euroliga pelo Fenerbahçe, da Turquia.
No entanto, não será só com ‘pesos pesados’ que Angola vai perfilar no Afrobasket’25. Childe Dundão, um velocista e tecnicista de apenas 1,67 m, é o principal base da lista que integra ainda os nomes de Seltom Miguel, extremo-base que brilhou na última temporada pelos Maryland Terrapins, do basquetebol norte-americano, e que, recentemente, tentou, sem sucesso, a ascensão à NBA através da Summer League.
Sem os veteranos Carlos Morais e Yanick Moreira, por opção técnica, a lista do grupo que realizou o estágio pré-competitivo em Espanha para os compromissos do Afrobasket 2025 integra ainda os seguintes jogadores: Gerson Gonçalves ‘Lukeny’, Eduardo Francisco, Milton Valente, Aboubakar Gakou, Macachi Brás, João Fernandes e Kevin Kokila.
Sudão, o temível sem história no Afrobasket
Quis o destino que Angola, que comanda, de longe, o palmarés do Afrobasket (soma 11 troféus, contra cinco do Egipto e Senegal) cruzasse, ainda na fase de grupo da prova que decorrerá de 12 a 24 de Agosto, o caminho do Sudão do Sul, considerada a mais forte selecção dos últimos anos do basquetebol africano.
Com um grupo de jogadores com ‘estrada’ na NBA, os sudaneses têm-se destacado nas provas mundiais, enfrentando, de ‘peito aberto’, as mais temíveis selecções a nível do globo, como são os EUA. O SS aposta, por isso, na conquista do seu 1.º troféu do Afrobasket em pleno solo angolano, pretensão, entretanto, que Angola está apostada em contrariar e defender o seu ‘ileso’ registo enquanto anfitriã: três provas realizadas e igual número de troféus conquistados.
Guiné é o outro adversário de Angola no Grupo C da 31.ª edição do Afrobasket. Costa do Marfim, República Democrática do Congo (RDC), Cabo Verde e Ruanda fazem parte da Série A; o Grupo B conta com a Tunísia, Madagáscar, Nigéria e Camarões, enquanto Senegal, Mali, Egipto e Uganda preenchem a Série D.
TPA, a ‘tv’ oficial do Afrobasket
A Televisão Pública de Angola (TPA), que garantiu os direitos de transmissão do Afrobasket 2025, anunciou que vai passar todos os jogos da prova. Os bilhetes para o acesso do público aos duelos da maior competição de basquetebol a nível do continente africano custarão entre 500 Kwanzas e 5 mil Kz.
Calendário de Angola/Fase de Grupos
Angola - Líbia (hoje, 19h00, Luanda)
Guiné - Angola (quinta-feira, 19h00, Namibe)
Angola - Sudão do Sul (sábado, 19h00, Namibe)

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