Com 173,56 toneladas de ouro em suas reservas, a Argélia consolida-se como o país africano com as maiores reservas do metal precioso no primeiro trimestre de 2025, segundo dados do World Gold Council (WGC).
A liderança argelina no ranking africano reflecte uma estratégia monetária cautelosa e de longo prazo, que prioriza a manutenção de reservas substanciais em ouro como protecção contra flutuações económicas globais.
Logo atrás da Argélia, a Líbia aparece em segundo lugar com 146,65 toneladas, seguida pelo Egipto com 128 toneladas. Este trio de nações do Norte de África domina o cenário das reservas auríferas continentais, representando colectivamente mais de 80% do total de ouro mantido por bancos centrais africanos.
Na África Subsariana, o Gana emerge como o principal detentor, com 31,01 toneladas nas suas reservas. Não por acaso, o país é também um dos maiores produtores de ouro do continente, demonstrando como a produção doméstica pode traduzir-se em reservas estratégicas nacionais.
Outros países como Ilhas Maurícias (12,42 toneladas), Tunísia (6,84 toneladas) e Quénia (0,02 toneladas) completam a lista, mostrando que mesmo economias mais pequenas reconhecem o valor do ouro como activo de reserva.
Analistas do World Gold Council (WGC) sublinham a crescente relevância do metal precioso nas reservas dos bancos centrais do continente africano.
Segundo os especialistas, o ouro assume um papel multifacetado na política monetária destas nações, funcionando simultaneamente como escudo contra a inflação global, âncora cambial, seguro em períodos de turbulência económica e instrumento de reforço da credibilidade financeira internacional.
A tendência de acumulação de ouro por parte das autoridades monetárias africanas deverá manter-se em 2025, com cerca de 20% dos bancos centrais do continente a planear aumentar as suas reservas. A Argélia, com a sua liderança consolidada, serve como exemplo desta estratégia que combina prudência financeira com visão de longo prazo.
Esta posição privilegiada em reservas auríferas oferece à Argélia, e aos demais países da lista, maior margem de manobra para enfrentar possíveis turbulências económicas globais, além de fortalecer a sua posição nas negociações financeiras internacionais. O ouro mantém-se, assim, como um dos pilares da segurança económica africana no cenário mundial.