IFC Markets Live Quotes
Powered by
3
1
PATROCINADO

Avanços e recuos de uma luta que é de todos

Sebastião Vemba
19/10/2018
1
2
Foto:
Carlos Aguiar

A adopção do combate à corrupção pelo Presidente da República, João Lourenço, como uma das prioridades do seu mandato representa um avanço nesta luta.

É preciso que se envolvam todos os sectores da sociedade nesta batalha, a começar pelas lideranças políticas.

A luta contra a corrupção leva tempo. “Muito tempo”, comoalertou o escritor Jacques dos Santos, numa entrevista à TV Zimbo, na qualafirmou, igualmente, que a nova geração, com menos de 30 anos, viveu toda a suavida num ambiente de corrupção e “candonga”, daí que quem está a dirigir o paístenha uma grande responsabilidade sobre as suas costas para alterar o quadroactual. É que,associadas à perda de valores cívicos, estão as consequênciaseconómicas que a corrupção pode causar, e que são incalculáveis.

Em Angola, entretanto, se tomarmos como exemplo os casos quemais recentemente vieram à luz do dia, como a transferência ilegal de 500milhões de dólares norte-americanos do Banco Central, ou o desvio de 500milhões de kwanzas por funcionários da Administração Geral Tributária (AGT),entretanto condenados,é possível ter uma ideia mais clara da dimensão dasperdas económicas – e humanas, considerando que a ausência desse dinheirosignificou incapacidade para solucionar problemas básicos de saúde, numa alturaem que se enfrentaram epidemias como a da febre-amarela – para o país.

De acordo com o estudo “Corrupção e Pobreza em África: OsLegados Coloniais em Perspectiva Comparada”, de António Luís Dias, José Lúcio e Thierry Dias Coelho,da Universidade Nova de Lisboa, até 2009, o custo de práticas corruptas no continente africano estava avaliado em 150 bilhões USD,“ou seja,aproximadamente, sete vezes o valor da ajuda dos países da OCDE a África no ano de 2008”.

JoãoLourenço tem todos os motivos para não fazer da luta contraa corrupção um merodiscurso político para ganhar a simpatia das massas, poisAngola é o país maiscorrupto da Comunidade de Desenvolvi- mento da ÁfricaAustral (SADC, em inglês e o 14º pior do mundo, segundo o Índice de Percepçãoda Corrupção 2017, que analisa osector público em 180 países. Posicionado no167o lugar, o país teve umadescida de três lugares face ao ano anterior, porémsubiu um ponto no índice.

Leia mais na edição de Setembro de 2018.

Economia & Mercado - Quem lê, sabe mais!