Dos 21 bancos comerciais com contas publicadas, apenas dois registaram prejuízos no primeiro trimestre de 2025, nomeadamente o Banco Sol e o VTB África, que, juntos, reportaram um resultado negativo de 3,6 mil milhões de kwanzas, de acordo com os cálculos da revista E&M.
O Banco Sol foi o que reportou o maior prejuízo nos primeiros 90 dias. A entidade financeira, que se encontra num processo de reestruturação e recapitalização, contabilizou perdas de 2,6 mil milhões de kwanzas, em contraste com o lucro de 1,2 mil milhões de kwanzas do período homólogo.
No período em análise, o activo do banco, liderado por Osvaldo Macaia, caiu 0,03%, para 968,6 milhões de kwanzas. A carteira de crédito cifrou-se em 129 mil milhões de kwanzas, abaixo dos 285,6 mil milhões de kwanzas concedidos no período homólogo.
Os recursos de clientes também reduziram em 3%, ao passarem de 816 mil milhões de kwanzas para789 mil milhões de kwanzas.
As disponibilidades, que se referem a activos financeiros que podem ser facilmente convertidos em dinheiro, caíram 23%, para 134 mil milhões de kwanzas. Mas nem tudo foi negativo para o banco, que viu os investimentos em títulos do Tesouro aumentarem 4%, para 390 mil milhões de kwanzas.
Já o VTB África, banco de origem russa que está a encerrar a sua actividade no país, por decisão dos accionistas, teve um prejuízo de 545 milhões de kwanzas, quando, no mesmo período de 2024, obteve lucro de 435 milhões de kwanzas.
O VTB estava a operar com um capital social avaliado em 7,5mil milhões de kwanzas, abaixo do mínimo de 15 mil milhões de kwanzas exigido pelo Banco Nacional de Angola.
O banco central determinou, no Aviso n.º 17/2022, de 5 de Outubro, que os accionistas dos bancos comerciais em actividade estavam obrigados a ajustar o capital social regulamentar até 5 de Outubro de 2023.
O VTB África, que começou a operar em Angola em 2006, tem como maiores accionistas o VTB Moscovo e o angolano António Sumbula, com 50,1% e 49,87%, respectivamente.