Os desembolsos de empréstimos externos para a economia moçambicana nos primeiros três meses do ano totalizaram 4,2 mil milhões de meticais (pelo menos 66,7 milhões de dólares), o que representa uma diminuição de 64,9% em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com o relatório trimestral da balança de pagamentos.

Divulgado pelo Banco de Moçambique (BdM), segundo notícia publicada esta segunda-feira, 5, pelo Diário Económico, o documento explica que a redução significativa nos desembolsos é atribuída principalmente à diminuição da contratação de dívida externa tanto pela administração central como por outros sectores, além de indicar que a administração central registou uma redução de 76,4% nos desembolsos, enquanto os outros sectores apresentaram uma queda de 52,0%.

No caso da administração central, os desembolsos de empréstimos externos totalizaram 1,5 mil milhões de meticais, com uma redução de 81,2% nos acordos multilaterais, de acordo com a notícia do DE.

No entanto, o relatório aponta que os desembolsos para projectos do Estado aumentaram para 1,5 mil milhões de meticais, enquanto os acordos de retrocessão mantiveram-se em 25,3 milhões de meticais.

Aliás, acrescenta o documento, o sector privado também observou uma diminuição na contratação de dívida externa, alcançando 2,7 mil milhões de meticais,. sendo que os desembolsos foram direccionados principalmente para os sectores financeiro e de serviços gerais, com 2,6 mil milhões de meticais e 126,6 milhões de meticais, respectivamente.

Em termos de serviço da dívida externa, que inclui capital e juros, houve um aumento de 46,4%, totalizando 22,1 mil milhões de meticais. De acordo com o DE, o relatório atribui este aumento ao crescimento das responsabilidades financeiras do sector privado, que subiram para 9,2 mil milhões de meticais. 

“Em contraste, os pagamentos da dívida externa da Administração Central totalizaram 12,9 mil milhões de meticais, reflectindo uma redução de 4,3% em relação ao mesmo período de 2023”, lê-se na notícia.

Entretanto, os pagamentos da administração central foram distribuídos entre várias instituições. O documento especifica que foram reembolsados 2,6 mil milhões de meticais a instituições multilaterais, incluindo 1,8 mil milhões de meticais para a Associação Internacional de Desenvolvimento, 316,4 milhões de meticais para o Fundo Africano de Desenvolvimento, 113,1 milhões de meticais para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e 1,1 mil milhões de meticais para o Fundo Norueguês de Desenvolvimento. 

Para instituições bilaterais, foram pagos 10,4 mil milhões de meticais, sendo 5,3 mil milhões de meticais destinados a países do Leste, com destaque para a China, e 3,4 mil milhões de meticais alocados ao serviço da dívida com outros países.

Para concluir, o relatório também menciona que, no sector privado, os pagamentos foram realizados para a implementação de projectos na indústria de gás e na área de transporte e comunicações, com foco na melhoria das comunicações móveis, como escreve o DE.