O médico Edgar Seque estreou nesta quarta-feira, 10 de Setembro, em Luanda, “As feridas de um Médico”, uma curta-metragem que aborda o dia-a-dia do médico, os problemas de saúde da população nacional e o “conflito existente” entre a medicina preventiva e curativa”.

À Economia & Mercado (E&M), Edgar Seque explica que se trata de um projecto abrangente, que também inclui outras questões sociais, como a humanização dos serviços, a falta de recursos nas unidades sanitárias e as burocracias “excessivas” no atendimento ao público.

“Então, vamos tentar trazer esta reflexão para que o Governo também crie políticas, não só para formações permanentes aos técnicos, mas também capacidade assistencial para que tenhamos qualidade. Quando falamos sobre saúde, há uma série de factores que interferem”, explica.

De acordo com o médico, trata-se de um conteúdo, à partida, universal, mas que se aplica mais ao contexto angolano e dos países vizinhos.

“Temos uma herança tradicional muito forte, em que continuamos a associar algumas patologias à espiritualidade e, vamos dizer, os tratamentos tradicionais ainda muito visíveis no nosso dia-a-dia. Isso conflitua com a medicina convencional”, esclarece o Edgar Seque, acrescentando que muitos, mesmo com nível alto de escolaridade, ainda têm resistência ao tratamento convencional. 

A este respeito, o médico explica que, caso as pessoas pudessem olhar mais para aquilo que é científico e deixassem um pouco o empirismo, muitas situações que terminam em letalidade teriam sido resolvidas. 

Para a temporada de estreia, “As Feridas de um Médico” traz 11 episódios, que, segundo o médico Edgar Seque, serão exibidos um vídeo em cada semana.

“Inicialmente, estamos a divulgar nas nossas redes sociais. Mas, se tivermos um contrato com uma televisão, de certeza que vamos andar de acordo com o cronograma televisivo”, finaliza.