Por amor à família, aos amigos e a outras pessoas próximas, várias centenas de cidadãos, entre homens e mulheres, provenientes de diferentes zonas do País, continuam a arriscar a vida diariamente pernoitando à porta de hospitais.
Passam fome, expõem-se ao risco de assaltos e sofrem com o frio. Uns permanecem quase a noite toda em pé; outros, num instante, tentam fechar os olhos para cair num sono pesado. Para o segundo grupo, a realidade fá-los perceber logo que tudo não passa de uma ilusão, sendo que, se não for pelo frio, é pelos mosquitos, pelo barulho de carros, da sirene das ambulâncias ou de choro de pessoas ao lado, com as quais partilham o mesmo sacrifício de pernoitar ao relento, que quase todos se levantam de tempo em tempo.
Naquelas condições, parece não haver esperança que consiga absorver por completo o desespero que pinta o rosto de qualquer um que naquele lugar aplaca o corpo para supostamente descansar.
À Economia & Mercado (E&M), vários cidadãos explicam que se trata de uma condição que não respeita a cor da pele, o rendimento económico, nível de instrução ou prestígio social: dizem ser um desespero inerente a todas as pessoas, sem qualquer influência, que procuram a cura dos seus familiares e pessoas próximas nos mais antigos hospitais de grande envergadura em Luanda, particularmente.
O fenómeno, cujo mecanismo para a sua minimização já havia sido levantado em 2022, segundo informação publicada pelo semanário Novo Jornal (a 3 de Novembro daquele ano – construção de alpendres em todos os grandes hospitais de referência), repete-se há longos anos e está presente nos olhos de qualquer cidadão que se propõe a cruzar uma das avenidas onde estas unidades sanitárias estão instaladas.

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