Para os empresários, a percepção é a de que a inflação está mais ou menos estabilizada, sendo que algumas medidas do Governo ajudam a reforçar a confiança na economia. Porém, entre os obstáculos que persistem destaca-se a má distribuição das divisas.
O administrador do Grupo Líder, João Macedo, afirma que o período durante todo o ano de 2017 e o início de 2018, em Angola, foi muito difícil para os empresários que, além de terem um acesso mais limitado às divisas para importar factores de produção ou pagar fornecedores, tiveram de enfrentar a desvalorização “a ferro e fogo” do kwanza e gerir os recursos disponíveis no sentido de não fecharem as portas.
“A desvalorização da moeda tirou-nos muito poder de aquisição de produtos importados, quer os que compramos directamente do exterior, quer os que adquirimos aos fornecedores locais, porque os preços subiram brutalmente e as nossas vendas não conseguiram acompanhar a desvalorização”, recorda-se João Macedo, que aponta, entretanto, melhorias nos últimos seis meses.
Já uma fonte que pediu anonimato apontou como principal avanço nos últimos seis meses a retoma do pagamento a fornecedores no estrangeiro, o que tem permitido, na sua opinião, recuperar a confiança daqueles no mercado angolano. O empresário que actua no sector dos serviços afirma que, “quer gostemos quer não, a dependência de fornecedores estrangeiros mantém-se, pelo que é importante retomar e normalizar os pagamentos ao estrangeiro, sem os quais obrigatoriamente a economia tem de arrefecer, pois não existem ainda alternativas em Angola. Falo de fornecedores de mercadorias e de serviços”, reforçou.

Na mesma linha de pensamento, o director-executivo da Habitec, Felisberto Capamba, que actua no sector manufactureiro, afirma que face às limitações de acesso às divisas tem vivido um desafio constante, tal “como outras empresas”, já que a crise tem obrigado os gestores a serem o mais realistas possível e a agir dentro dos seus limites financeiros.
“Face à falta de matérias-primas, as indústrias como a Habitec, que dependem em mais de 90% de importações para adquirirem factores de produção, perdem a capacidade de resposta às necessidades dos clientes”, esclareceu, tendo acrescentado que “a falta de divisas asfixiou muitas empresas. “Mesmo aquelas que tinham liquidez suficiente em moeda nacional para manter a produção, também foram afectadas por falta de divisas”, garante.
Ainda de acordo com Felisberto Capamba, as empresas com maior liquidez em moeda nacional tiveram de recorrer ao mercado informal para compensar a carência de divisas na banca comercial.
Leia mais na edição de Julho de 2018.
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