Angola é, sem dúvida, um dos países africanos com maior riqueza biológica. A sua biodiversidade é vasta, singular e, em muitos casos, endémica. Desde os planaltos húmidos do Moxico até às dunas costeiras do Namibe, passando pelas florestas do Maiombe e os mangais do Zaire, a vasta escarpa prominente e a imensidão do miombo, o território angolano alberga uma impressionante variedade de biomas e ecorregiões que sustentam milhares de espécies da fauna e flora. Esta diversidade é não apenas um património natural, mas também uma expressão profunda da identidade nacional.
A palanca negra gigante, símbolo da fauna angolana e orgulho nacional, é o exemplo mais emblemático da nossa biodiversidade. Endémica da região central de Angola, esta espécie representa não só a beleza e singularidade da nossa vida selvagem, mas também os desafios que enfrentamos na sua protecção. A sua redescoberta, após anos de incerteza, foi celebrada como um triunfo da conservação, mas também expôs a fragilidade dos nossos sistemas de monitorização e gestão ambiental.
Estima-se que Angola tenha mais de 280 espécies de répteis e mais de 100 espécies de anfíbios, com novas espécies a serem descritas regularmente. Temos perto de mil aves, sendo que albergamos igualmente aves endémicas, como a andua-de-crista-vermelha (considerada como a ave nacional), a perdiz-da-montanha, o pisco da Gabela, a fuinha do Huambo e o papa-moscas-de-Angola, que habitam zonas vulneráveis. A nossa costa, todos os anos, é visitada por tartarugas marinhas que buscam local de nidificação. A diversidade de habitats, que inclui savanas, florestas tropicais, zonas húmidas, montanhas e ecossistemas marinhos, cria condições únicas para a existência de espécies raras e, em muitos casos, ainda pouco estudadas. Todos os anos são descritas novas espécies e novos registos. Esta riqueza biológica é reconhecida em discursos oficiais, em textos académicos e em fóruns internacionais. Contudo, a distância entre o louvor e a acção continua a ser profunda.
Leia este texto na íntegra na edição 'Especial Independência' da revista Economia & Mercado, disponível nas bancas.

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