Os dados mais recentes da dívida pública externa angolana revelam uma evolução divergente entre diferentes categorias de credores durante o primeiro trimestre de 2025. Cálculos da E&M baseada nas estatísticas do Banco Nacional de Angola (BNA), o stock total da dívida externa (incluindo atrasados) registou uma ligeira diminuição de 0,6%, passando de 48 943 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2024 para 48 632 milhões de dólares no mesmo período deste ano.
A maior parte da dívida contraída por Angola é comercial, representando 73% do total. A dívida comercial está dividida em duas categorias, nomeadamente pelos bancos (títulos e obrigações) e pelas empresas (provedores). Existem ainda outros credores, incluindo os bilaterais (Estado a Estado) e os multilaterais (instituições financeiras internacionais).
A evolução mais positiva verificou-se na dívida bilateral, que sofreu uma expressiva redução de 19%, descendo de 3 868 milhões para 3 133milhões de dólares. Esta queda significativa sugere a concretização de renegociações bem sucedidas com parceiros estatais e possíveis pagamentos antecipados.
Contrastando com este desempenho, os compromissos com instituições multilaterais registaram um aumento de 7,2%, passando de 9 443milhões para 10 123 milhões de dólares. Este crescimento está associado aos programas de financiamento em curso com organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, que normalmente incluem condicionalidades específicas em matéria de políticas económicas.
A dívida comercial, que representa a fatia mais significativa, registou uma ligeira diminuição de 0,7%, fixando-se em 35 376 milhões de dólares. Esta quebra, ainda que modesta, marca uma inversão na tendência de crescimento contínuo observada desde 2019 em termos homólogos.
O financiamento bancário e obrigacionista manteve-se praticamente estável, com uma variação mínima de 0,1% de 31 210 para 31 242 milhões de dólares.