De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE)sobre o Comércio Externo de 2024, o País registou um superavit de 341,4 mil milhões de kwanzas nas trocas comerciais com África, após um défice de 525,1 mil milhões de kwanzas em 2023.
As estatísticas externas indicam que as exportações para outros países africanos cresceram 126%, atingindo 1,2 biliões de kwanzas, face aos 571 mil milhões de kwanzas registados em 2023. No que diz respeito às importações, registou-se uma redução de 13%, para 951,7 mil milhões de kwanzas, contra 1,09 biliões de kwanzas no período homólogo.
O economista Cristóvão Lopes afirma que os dados do INE revelam uma mudança qualitativa no perfil comercial angolano com África.
"A desvalorização controlada do kwanza em 2023 tornou os nossos produtos 30% mais baratos do que os concorrentes sul-africanos em mercados fronteiriços. Por outro lado, a queda nas importações reflecte a retracção do consumo interno, num contexto de medidas de austeridade e dos efeitos temporários das restrições cambiais", explicou.
Os combustíveis minerais, com predominância do crude,mantiveram a sua posição dominante na estrutura das exportações. Este sector eos seus derivados continuam a ser o principal motor das receitas externas do País.
Apesar do crescimento significativo noutras áreas, os dados confirmam que a economia angolana ainda depende fortemente do sectorpetrolífero para gerar divisas, embora se observe uma tendência crescente dediversificação nos mercados africanos.
África do Sul mantém liderança
A África do Sul continua a ser o maior parceiro comercial de Angola na SADC e no continente africano, tendo sido o destino de mercadorias no valor de 719 mil milhões de kwanzas e a origem de importações no montante de 465 mil milhões de kwanzas.
Entre os outros principais parceiros africanos nasexportações angolanas destacam-se o Togo, com 214 mil milhões de kwanzas, e aRepública Democrática do Congo, com 148 mil milhões de kwanzas.
No capítulo das importações, a Nigéria surge como o segundo maior fornecedor, depois da África do Sul, com compras no valor de 219 mil milhões de kwanzas, seguida pelo Togo, com 69 mil milhões de kwanzas.