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Artes, palavra e memória: as reflexões críticas que fazem os títulos da edição n.º 2 da revista NGAPA

Victória Maviluka
3/7/2025
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Foto:
DR

Edição sugere debate em torno de temas como descolonização do saber, pedagogia libertadora, produção de pensamento africano e artes como instrumentos de emancipação.

Neste sábado, 05, chega às bancas a edição n.º 2 da revista NGAPA, uma publicação cultural angolana dedicada à reflexão crítica sobre a sociedade, a partir das artes, da palavra e da memória colectiva. 

Os títulos desta edição (a primeira foi n.º 0) sugerem um debate em torno de temas como a descolonização do saber, a pedagogia libertadora, a produção de pensamento africano e as artes como instrumentos de emancipação.

Para saber mais sobre as motivações e o percurso inicial deste projecto editorial, a redacção da publicação respondeu a um questionário enviado pela revista Economia & Mercado:

Como surge a ideia de criação da revista?

A Revista NGAPA é um projecto editorial da KACIMBO Editora que pretende estabelecer uma plataforma onde pensadores, criadores e artistas possam expressar o seu pensamento crítico por intermédio de disciplinas tão diversas como a ilustração, jornalismo, fotografia, texto literário, cinema, dança, artes plásticas, música e outras disciplinas.

Como a revista se identifica no panorama jornalístico e cultural angolano?

A NGAPA não é uma revista de cultura do ponto de vista tradicional. É, sim, uma publicação que recorre a várias disciplinas (sobretudo culturais, mas não só) para reflectir sobre os fenómenos e processos que caracterizam a nossa existência e actuação no mundo. Juntamos académicos, escritores, artistas visuais, cineastas, ilustradores para pensarmos os temas de cada edição numa perspectiva local e global. 

Global?

Por este motivo, temos colaboradores tanto angolanos como de outros países. A união de diversas visões contribui para pensar Angola no mundo, de que forma a nossa cultura, o que somos, pensamos, é relevante para um pensamento global. O mesmo se aplica no sentido contrário. Tentamos trazer esse mesmo mundo a Angola, como forma de alargar a discussão, quebrando a nossa tendência de encararmos as “nossas questões” como exclusivamente nossas. A verdade é que não o são, muitas vezes, apesar das suas especificidades. Por isso, a Ngapa propõe-se, desde um início, a trazer a debate elementos, visões, pensadores que nos possam dar pistas e indicar outros caminhos.

Como é composta a redacção?

Eis os integrantes: Cláudio Tomás (director), César da Silveira (coordenador), Pedro Cardoso (editor), Kamy Lara (curadoria de Conteúdos), Ronaldo Ferreira (Direcção Criativa), Tiago Mena Arantes: (Direcção de Arte), Maria Helena (Marketing) e Livraria Kiela (Distribuição e Comercialização). Contamos com colaboradores nacionais e de outros países que colaboram com a revista de forma pontual ou periódica.

Qual é a periodicidade e a tiragem da revista? 

A NGAPA tem periodicidade quadrimestral, com uma tiragem de 1000 (mil) exemplares em cada edição.

Onde ela é impressa e qual é o seu público-alvo?

É impressa na Gráfica Damer. O nosso público são essencialmente leitores interessados em abordagens críticas, artísticas e reflexivas sobre temas sociais, políticos, culturais e históricos, especialmente no contexto angolano, africano e global. Temos a meta de chegar pouco a pouco a um público cada vez mais vasto, muito além das áreas da cultura, academia ou política, que são os nossos “públicos naturais”, digamos. Pretendemos o debate nos lugares e sectores do nosso país onde se gera pensamento, ideias e inovação, mas que estão historicamente relegados para planos invisíveis de participação neste diálogo inclusivo. Fisicamente, estamos presentes sobretudo em Angola, mas também no Brasil e Portugal, através de parcerias com livrarias locais.