A guerra de cibersegurança entre fornecedores legítimos de conteúdos e os grupos criminosos que gerem serviços ilegais de streaming pirata está a aquecer. A tecnologia permite agora que grupos e utilizadores piratas sejam rastreados, bloqueados e processados. Mas a verdadeira guerra é garantir que os contadores de histórias africanos tenham voz.
Um dos núcleos mais importantes de qualquer sociedade é a produção cultural – a arte, o entretenimento, a música, dança e as histórias que o seu povo produz, expressando-se a si próprio, aos seus valores e à sua visão do mundo.
Boa parte desta produção cultural é expressa através de canais digitais, principalmente através de serviços de streaming, redes sociais e produção de conteúdos online.
Quando os sites piratas roubam conteúdo e oferecem-no gratuitamente, ou a preços muito mais baixos do que os sites detentores de direitos, a viabilidade desses serviços é ameaçada. Nesse caso, o conteúdo deixa de ser rentável e as histórias africanas locais podem encontrar maiores dificuldades de rentabilização e sustentabilidade económica.
Na sociedade actual, movida pelo streaming, plataformas como a Showmax popularizam ideias relevantes e as séries produzidas localmente captam a atenção do público porque reflectem os seus gostos, preferências e inclinações culturais.
Existem inúmeros exemplos de programas autênticos e populares, que ganham grande reconhecimento nos prémios e eventos do sector porque destacam a importância do conteúdo local e do entretenimento em geral.
Este ano, vários conteúdos originais do Showmax estão a concorrer para receber premiações na 11ª edição dos prémios Africa Magic Viewers’ Choice Awards (AMVCAs).
Por exemplo, a série dramática nigeriana ‘Princess on a Hill’ recebeu cinco nomeações para Melhor Argumento, Melhor Edição para Laughter Ephraim e Peter Ugbede, e Melhor Escrita de Série de TV para Bibi Ukpo, Niyi Adeniji e Sonia Nwosu. Bimbo Manuel recebeu a sua primeira nomeação para os AMVCA de Melhor Actor Principal, enquanto Efa Iwara recebeu uma nomeação para Melhor Actor Secundário.
O drama épico nigeriano ‘Cheta M’ garantiu duas nomeações – Melhor érie com Argumento e Melhor Escrita de Série de TV para Ifeanyi Chidi Barbara.
Na categoria de série sem argumento, o programa de moda e design nigeriano ‘Style Magnate’ um original do Showmax e o reality show tanzaniano ‘Wa Milele’ receberam nomeações para Melhor Série Sem Argumento, com ‘Wa Milele’ também nomeado para o prémio Melhor Língua Indígena da África Oriental.
O envolvente drama de ficção científica ‘Subterranea’, do Showmax, do Quénia, foi nomeado na categoria de Melhor Original Indígena da M-Net, enquanto o argumentista de ‘Untying Kantai’, Abel Mutua, garantiu uma nomeação na categoria de Melhor Argumento de Série de TV por “Dramamedy”.
A pirataria de conteúdos ameaça não só a viabilidade financeira destes programas, mas a sua sobrevivência enquanto elementos culturais significativos para a sociedade africana moderna.
Uma indústria em risco
Um relatório da UNESCO indica que 21% dos intervenientes da indústria cinematográfica na África Ocidental perdem pelo menos 75% do seu potencial de receitas devido à pirataria, enquanto 50% dos intervenientes reportam perdas de 25 a 50%. Em 2019, a indústria criativa da Nigéria sofreu uma perda estimada de 3 mil milhões de dólares devido à pirataria digital.
Para além destes riscos para a indústria, o acesso a sites de streaming ilegal expõe os utilizadores a riscos pessoais, como vírus de computador, malware e ransomware, bem como fraude e roubo de identidade. Os sites piratas também expõem os utilizadores e os seus filhos a conteúdos inapropriados e servem de plataforma para divulgar o trabalho de grupos criminosos.
Streaming com responsabilidade
Perante riscos desta magnitude, é fundamental que os utilizadores acedam ao conteúdo de forma responsável e legal. Consuma conteúdo apenas através de sites legítimos de streaming. As subscrições de canais de streaming legais, como a DStv, GOtv ou Showmax, estão facilmente disponíveis.
Em última análise, é também da responsabilidade dos utilizadores de conteúdos cumpridores da lei ajudar a combater a pirataria. Denuncie o uso ilegal e sites de conteúdo pirateado assim que os encontrar! Ao combater a pirataria, podemos proteger a indústria de conteúdos que impulsionam a cultura e a narrativa africana moderna. Proteja a nossa história!